Representantes de 19 países participaram do 11º Fórum Parlamentar do BRICS, realizado nos dias 4 e 5 de junho, no Senado Federal, em Brasília. Com foco em saúde global, reformas institucionais e desenvolvimento sustentável, os parlamentares defenderam maior cooperação internacional e destacaram o papel do poder legislativo na construção de políticas públicas que dialoguem com os desafios atuais.
Durante a abertura, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, afirmou que os parlamentos são fundamentais para aproximar os interesses da população das instâncias de decisão internacional. “Somos o elo necessário entre os interesses dos povos que representamos e as instâncias de decisão global. Somos, cada parlamento, a voz do nosso povo”, declarou.
No painel que discutiu a criação de uma aliança interparlamentar do BRICS pela saúde global, os parlamentares abordaram a necessidade de ações conjuntas para combater doenças e prevenir futuras pandemias. Alcolumbre citou o Sistema Único de Saúde brasileiro como exemplo de acesso universal e gratuito e destacou que a experiência da covid-19 mostrou que questões de saúde ultrapassam fronteiras. “A saúde, a doença e a vida são fenômenos universais”, pontuou.
A vice-presidente do Conselho da Federação da Rússia, Inna Svyatenko, propôs ampliar as colaborações em áreas como medicina nuclear e formação de profissionais de saúde, relatando a parceria entre Rússia e Etiópia para a instalação de laboratórios móveis. Já Mohammad Rashidi, da Assembleia Consultiva do Irã, defendeu investimentos em infraestrutura de saúde e mais integração científica para enfrentar possíveis crises sanitárias.
Outro ponto discutido foi a necessidade de reformar organismos multilaterais. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, afirmou que instituições como a ONU devem refletir melhor a realidade geopolítica atual, com maior participação de países emergentes. “Essa reforma deve fortalecer a voz dos países da América Latina, da África e da Ásia nos fóruns de decisão”, disse.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, também participou da abertura e defendeu mudanças no Conselho de Segurança da ONU para garantir uma governança mais representativa e inclusiva. “O Brasil reafirma seu compromisso com soluções negociadas para os conflitos e com uma reforma para uma governança global mais justa”, afirmou.
Além da saúde e das reformas institucionais, o fórum tratou de temas como desenvolvimento econômico sustentável e regulação da inteligência artificial. Alcolumbre ressaltou a importância da diplomacia entre parlamentos como forma de ampliar o diálogo global e fortalecer os laços entre os países do BRICS.
As propostas discutidas no encontro deverão compor uma declaração conjunta que será apresentada na 17ª Cúpula de Chefes de Estado do BRICS, prevista para julho no Rio de Janeiro.
Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
