Pablo Kurlander destaca a importância da segurança e da convivência no tratamento terapêutico

Durante a 5ª Live Imagineacredite, ocorrida na última segunda-feira, 13, o Gestor Geral da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (FEBRACT), Pablo Kurlander, falou de diversos temas ligados a sua biografia e a recuperação do dependente químico em comunidade terapêutica.

Sobre este assunto, ele destacou a vida em grupo, para um dependente químico em recuperação, é uma das coisas mais benéficas do tratamento terapêutico nas verdadeiras CTs. Uma vez que ele o motiva a querer continuar em meio ao outros. “A comunidade me mostrou que eu tinha algo de melhor para viver. Tanto que estou nela até hoje”, exemplificou.

E como saber se esta ou aquela comunidade é uma verdadeira CT? “Muitas vezes, só conseguimos saber a resposta quando estamos dentro. Mas a verdadeira comunidade terapêutica tem o objetivo de desenvolver a autonomia do indivíduo, a qual depende muito da liberdade e não de prisão. A escolha é um processo crescente durante o processo e o contrário disso foge do que é um verdadeiro tratamento terapêutico”, observou Kurlander.

Ele ainda destacou que dentro da comunidade terapêutica, os profissionais devem trabalhar de modo que os acolhidos não tenham qualquer desconfiança do que está sendo feito ou proposto. “Tem que ser um ambiente confortável, limpo e transitório. Tem que ter um método terapêutico com começo, meio e fim e baseado em evidências concretas”, salientou.

E completou: “Quando entrei numa comunidade terapêutica, eu era o cara mais inútil do planeta e a comunidade me fez o seu padeiro oficial, mesmo sem saber fazer pão. No começo, eu fazia pão de qualquer jeito e rezava para dar certo, até que aprendi o método e a compreender quando dava errado. Bem assim deve ser com a comunidade terapêutica”.

Pablo Kurlander é chileno e vem de uma família bem estruturada. Sua vida no mundo das drogas começou pelo álcool, pois tinha dificuldade de se enturmar com os jovens da sua idade. Naquela época, ele andava com os mais pobres e chegou a vender drogas para manter o seu e o vício daqueles que te rodeavam. “Muitas vezes, o problema não está no que faz usar a droga, mas no que o mantém. No meu caso, a droga me deu um ganho social enorme”, relembra.

Mas os dias se passaram e a balança de perdas começou a ficar mais pesada que a de ganhos. Foi ai que ele acabou preso por tráfico e sua advogada, por ter um filho na mesma situação, o encaminhou para uma CT. A partir dali sua vida foi transformada e hoje ele figura como uma das maiores lideranças do segmento na América Latina, seja pela FEBRACT, FLACT ou WFTC. E por ter anos de experiências com o segmento, ele se tornou um dos maiores defensores das verdadeiras CTs e um dos grandes condenadores das falsas comunidades.

Assista a entrevista na íntegra:

https://www.facebook.com/532459323/videos/10158528716459324/

Por Sérgio Botêlho Júnior

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