Mercedários: uma Ordem Religiosa dedicada à recuperação de dependente

“Tudo aquilo que fizerdes a um dos mínimos dos meus irmãos — àqueles que sofrem, àqueles que carecem de liberdade, àqueles que têm sua dignidade ameaçada — é a mim que o fazeis”, diz o Senhor Jesus, Mateus 25. Imbuídos desta Palavra do Evangelho, a Ordem das Mercês fundada em 1218, em Barcelona, se faz presente nas terras de Santa Cruz- Brasil, comprometida com o resgate de irmãos que padecem com a drogadição. A Ordem das Mercês foi fundada no século XIII, no contexto da intolerância religiosa, para libertar cristãos cativos.

Conforme o Frei John, o fundador da Ordem das Mercês, Pedro Nolasco, entendia que onde a liberdade, a dignidade do ser humano é ameaçada, ali, os mercedários devem atuar; ali, os mercedários estão convocados a estar. Ou seja, o carisma é visitar e libertar os cativos cristãos, como Cristo nos visitou e nos libertou das amarras da escravidão, do pecado e da morte a preço de seu próprio sangue. Resumindo, a palavra central é a Redenção.

“Hoje os cativeiros diferem do período em que Nolasco viveu, embora, em alguns lugares da casa comum, o Planeta terra, a intolerância em nossa convivência leva a alguns dos nossos irmãos a oprimir a outros irmãos, a tal ponto de colocá-los em regime de cativeiro, como no tempo de Nolasco. Olhemos em nosso Planeta, casa comum, e encontraremos esta triste verdade”, diz Frei John.

Ao questionar sobre as realidades de opressão no contexto brasileiro, os mercedários identificaram o mundo da drogadição como o lugar onde a presença deles era convocada, pois, ali, a liberdade e a dignidade humana estão em jogo. “Em 2012, decidimos que o campo de atuação nosso, aqui, no Brasil seria o mundo da dependência química. Começamos, então, o projeto: compramos o terreno, iniciamos a construção do edifício onde pudesse acolher estes irmãos para recuperar-se, em nossa linguagem, para libertar-se. Atualmente, isso já é uma realidade entre nós: construímos a casa que chamamos Recanto Mercê e já acolhemos por volta de 60 pessoas, desde o início de seu funcionamento, há 4 anos”, relata o Provincial.

Ele acrescenta que a infraestrutura da casa, com capacidade para acolher 90 pessoas, ficou efetivamente pronta em 2015 e, por fim, em 2018 concluíram a elaboração do projeto psicopedagógico. “É início de projeto. Nós não temos nenhuma parceria por enquanto com o governo Estadual/Federal. Estamos fazendo todo o trabalho para que a casa — desde o projeto psicopedagógico bem como as instalações do edifício — possa ser um lugar onde as pessoas se sintam bem acolhidas e possam fazer seu caminho de libertação do cativeiro das drogas. Queremos nos próximos meses ampliar mais o trabalho com parcerias, porque é um trabalho que requer parceria, redes de apoio, sendo possível a sua realização em colaboração com vários setores da sociedade”, finaliza o religioso.

Ascom ImagineAcredite

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