Em 35 anos, a Casa do Menor já formou mais de 100 mil em cursos profissionalizantes

A Casa do Menor São Miguel Arcanjo é uma verdadeira obra social de amor que faz a diferença na vida de milhares de crianças, adolescentes, jovens e adultos no Brasil, dando a cada um a oportunidade de escrever um novo capítulo recheado de conquistas em sua história. Prova disso, é que no mês passado a instituição formou mais 365 alunos em diversas áreas de atuação, sendo Gastronomia, Confeitaria e Panificação, Elétrica Predial, NR10, Mecânica de Auto, Informática Básica, Designer Gráfico, Assistente Administrativo e Assistente de Recursos Humanos.

Mas, você já teve a curiosidade para saber como surgiu a ideia de oferecer cursos profissionalizantes na instituição? A fundadora, Lúcia Inês, conta com exclusividade. “Surgiu quando um jovem acolhido por nós, de nome Márcio, chegou para o padre e disse, “padre, a gente tá aqui, tá bem, temos tudo, mas e depois? Como é que fica o nosso futuro? Com é que nós vamos nos sustentar?”. E aí veio a ideia da profissionalização. E começamos com serralharia, marcenaria, fábrica de picolé, fábrica de manilhas, blocos de cimento, depois tornearia mecânica, informática, cabeleireiro”, lembra Lucinha, como é carinhosamente conhecida.

Os cursos têm duração de 6 meses com aulas teóricas e práticas e são gratuitos. “Ficamos conhecidos, em Miguel Couto, como o SENAI dos Pobres. Sempre tivemos o cuidado de investir muito na formação profissional pra que os meninos tivessem a mesma oportunidade que tem aqueles que podem pagar curso no SENAI”, declara Lucinha. E no final de cada curso é realizada a formatura que tem um significado especial para cada formando.

“Trabalha a autoestima dos jovens, mostra pra eles que eles conseguem, que são capazes de fazer. Nesse momento da formatura, nós investimos muito para que seja um momento bonito, um momento solene, onde eles possam mostrar pra si próprio, pra sua família, pra a comunidade, que eles conseguiram concluir uma etapa, que eles agora podem concorrer no mundo do trabalho, de igual pra igual, com outros jovens que tem uma condição financeira melhor”, argumenta Lucinha.

E por esse momento especial, cada acolhido da Casa do Menor sente um novo ânimo para continuar lutando por um futuro brilhante. “Pra nós o sentido, das nossas formaturas, é o momento em que entregamos a sociedade 700, 800 profissionais, mas não profissional simplesmente, mas pessoas novas, homens novos com uma formação profissional. Que possam ser profissionais com P maiúsculo e que vão construir um mundo melhor, uma sociedade melhor, a partir daquilo que vivenciaram e experimentaram dos nossos cursos’, pede Lucinha.

Os sonhos que a entidade resgata dos acolhidos

A ImagineAcredite também questionou a vice-presidente e Coordenadora Pedagógica, a nível nacional da Casa do Menor, Renata Barros, qual era o sentimento sobre ver os acolhidos que chegaram sem perspectivas e, após o curso de profissionalização, serem transformadas em novas pessoas cheias de esperança. “É com enorme alegria e prazer que a Casa do Menor sente a missão institucional sendo, de fato, concretizada quando a gente está nesses períodos de formatura. O nosso público é crianças, jovens, adolescentes, mas principalmente jovens, adultos, que realmente sonham em ter um futuro, em conseguir algo melhor pra si”, destaca.

E, apesar da pandemia, em nenhum momento a instituição deixou de atender os excluídos da sociedade. “A Casa do Menor, pensando muito nesses nossos jovens que necessitam ter uma oportunidade de uma qualificação melhor, se readapta nesse cenário e se ajusta com atividades remotas, mas depois retoma seguindo toda as orientações da OMS, em relação a distanciamento, aos cuidados, a higienização. A gente viu que nós não poderíamos simplesmente parar. E aí a gente decide continuar nesse processo de qualificação, de promoção desses jovens, desses adultos para o mercado de trabalho, pra poderem ter realmente o sucesso merecido que eles tanto almejam”, observa Renata.

Por conta da crise na saúde pública, a instituição reduziu o número de vagas para os cursos, tudo para garantir a segurança e o bem-estar entre os alunos. “Só nesse semestre formamos 800 jovens, em diversos cursos. São mais de treze cursos, dentro da formação de cursos livres, pra que esses jovens possam, pelo menos, tentar se inserir nesse mercado de trabalho. Então, assim, é uma alegria muito grande, que o sucesso é daqueles que de fato batalham, e com certeza eles são merecedores”, justifica Renata. Antes a entidade atendia por semestre mais de 1.200 jovens.

Além de acolher e oferecer os cursos profissionalizantes, a Casa do Menor também é presença de amor, esperança e família, visto que muitos chegam com cicatrizes, que são curadas ao longo dos anos. “A gente vivencia cada dia, concretamente, a missão institucional da obra, mas também a oportunidade que a gente dá, do ser humano, de ajudar a ser melhor, a despertar os seus talentos, a descobrir uma profissão, a se encontrar enquanto um profissional. E de realmente acreditar nisso e ser ousado pra ir pra esse mundo aí fora, tentando, uma qualidade de vida melhor. Então, essa é a minha maior alegria”, afirma Renata. 

Vale ressaltar que os cursos de Mecânica, Gastronomia, Elétrica Predial e Fotografia são financiados graças à parceria das emendas parlamentares, e nesse mês de junho a Casa do Menor abriu mais 500 vagas para o segundo semestre. Também destacamos a parceria com a Loreal nos cursos de Auxiliar de Cabeleireiro e Barbeiro, o qual formaram 153 alunos e já foi realizada mais de 200 matrículas para o início em agosto. Os cursos são gratuitos e o aluno não tem gastos nenhum com os materiais, graças as parcerias e as emendas.

Ascom ImagineAcredite

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