Na manhã desta quinta-feira, 22, no Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados, o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) prestou homenagem à participação feminina nas áreas da Engenharia, Agronomia e Geociências. O evento reuniu parlamentares, representantes do governo federal, presidentes de Conselhos Profissionais federais e regionais, conselheiros, engenheiros, servidores e assessorias de entidades representativas, todos unidos em reconhecimento ao importante papel desempenhado pelas mulheres nessas áreas estratégicas.
Atendendo a solicitação da deputada federal eng. agr. Marussa Boldrin (MDB-GO), a sessão solene, presidida pela deputada federal Jack Rocha (PT-ES), foi marcada por discursos inspiradores que ressaltaram a contribuição das mulheres para o desenvolvimento científico, tecnológico e social do país. O evento representou um marco na luta pela igualdade de gênero e pela valorização do trabalho feminino em setores tradicionalmente dominados por homens.
Segundo o presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, a data criada pela Women’s Engineering Society, em 2014, visa incentivar a luta de todas as mulheres profissionais que atuam em benefício da sociedade. “Eu tenho certeza de que em breve elas ocuparão todos os espaços que são de direito. Lugar de mulher é onde ela quiser”.
“Nesses quase 30 anos, desde a promulgação da Lei Maior brasileira, muito se avançou na conquista da atividade laboral entre homens e mulheres. No entanto, é fundamental que reconheçamos a necessidade de avançar. A presença de mulheres no mercado de trabalho da Engenharia tem crescido e vemos claras perspectivas de novos avanços”, pontua a deputada federal Jack Rocha. “Somos o suficiente para fazer a diferença. Seremos cada vez mais fortes, mais batalhadoras”, complementa a engenheira de alimentos Melissa Boldrin, representando as inspetorias dos Regionais.
Empoderamento das Mulheres
Com o objetivo de avançar da igualdade de gênero, em 2018, o Confea lançou o Programa Mulher para fomentar a elaboração de políticas atrativas para mulheres engenheiras, agrônomas e da área de geociências. Atualmente, mais de 200 mil mulheres profissionais estão inscritas.
Para a representante das coordenadoras do Programa Mulher, a geóloga Sheila Klener, do Crea-MT, a data a ser comemorada oficialmente na sexta (23) deve inspirar as mulheres como engenheiras. “Vivemos em uma sociedade com desafios complexos que necessita de soluções inovadoras. Vemos uma disparidade constante de gêneros. As mulheres continuam sub-representadas nesse campo. É fundamental que sejam criados espaços inclusivos para oportunidades de acesso”.
“O Programa Mulher foi o maior incentivador de todo esse movimento de mulheres profissionais. Hoje, somos três mulheres entre 18 Conselheiros no Plenário, isso já é uma mudança devido a esse Programa que tem incentivado ocuparmos os nossos cargos de liderança”, diz em concordância a engenheira mecânica Michele Costa, representante do Plenário.
O Programa Mulher trabalha para aumentar o número de mulheres nas Câmaras Especializadas, Comissões Permanentes e grupos de trabalho, bem como em cargos de liderança dentro dessas estruturas. Isso visa garantir que as vozes femininas sejam ouvidas e consideradas nas decisões relacionadas à engenharia, agronomia e geociências no Brasil.
Além disso, o Programa desenvolve atividades de capacitação e formação profissional voltadas especificamente para as mulheres engenheiras. Por meio de parcerias com instituições de ensino e outras entidades, são oferecidos cursos, palestras e workshops que visam fortalecer as habilidades técnicas e promover o desenvolvimento profissional das engenheiras. Outra importante área de atuação do Programa é o combate ao assédio e à discriminação de gênero no ambiente de trabalho, buscando fomentar uma cultura organizacional inclusiva, na qual todas as profissionais possam desempenhar suas funções em um ambiente seguro e respeitoso.
“Nesse momento, a mulher ainda tem uma participação muito pequena, não por falta de capacidade, mas por falta de incentivo e oportunidade e pela nossa questão cultural. Por isso, a importância do Programa Mulher, criado na gestão do presidente Joel, para minimizar essa disparidade, incentivando a participação feminina nesses espaços de poder. As mulheres engenheiras estão sempre em busca de igualdade. Não queremos ser melhores, queremos tão somente ser iguais em tratamento e oportunidades”, declarou a presidente do Crea-AC, eng. civ. Carmem Nardino.
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