Nestes tempos nos sentimos bombardeados por notícias de atos violentos nas escolas por parte de alunos adolescentes e jovens. Devemos ter cuidado e nos defender por parte de quem parece querer criar uma psicose coletiva muito perigosa. Com que objetivo? Militarizar as escolas? Armar as escolas para se defender dos seus alunos? Escolas como centros de segurança máxima? Deus nos livre!
Pessoas sadias e sábias não querem isso. Quais lobbys armamentistas estão por trás e a que interesses servem? Mas é necessário parar como famílias, sociedade, escola, governos, igrejas para chegar e atingir as causas profundas da violência, não somente entre crianças e adolescentes, mas também entre adultos e governos e nações e povos e sistemas socio políticos.
A violência é sintoma de algo que não vai bem. Como a febre é sinal de uma infecção interna. Há 37 anos apontando caminhos de cura da violência, vivo cotidianamente em contato com meninos, adolescentes e jovens e agora adultos violentos. Violentos porque não são amados e porque não conseguem amar. Costumo dizer: “já sei que alguém vai reagir e dizer que quero passar a mão. Não é assim. A VIOLÊNCIA É SINAL DE UMA DESARMONIA MUITO GRAVE”.
A violência é o grito de quem não se sente filho, não se sente amado, não ama e não tem perspectivas e instrumentos de futuro. Esta é para mim uma conclusão científica, convalida por milhares e milhares de casos vividos por nós em tantos anos ao lado dos filhos do Brasil excluídos e não amados. O ser humano é feito de amor. Para ser amado e amar. O nosso DNA é amor. Se isso não acontecer, nos desintegramos.
Esta ferida de abandono ou rejeição se não for curada, começa a doer. A violência é o grito dos nossos filhos que nos sinalizam que algo muito grave acontece com eles. Não estão bem. É ESTA EXPERIENCIA DE FILHO QUE DEVE SER ANALIZADA PELA FAMILIA E PELA ESCOLA. Os alunos entram nas escolas carregando dores e feridas espantosas originadas nas famílias biológicas fragmentadas. A escola escuta estes gritos e procura dar respostas juntos com as famílias.
A ESCOLA DEVE PROPICIAR UMA CULTURA DE FRATERNIDADE, ENSINAR A AMAR E CONVIVER COM O DIFERENTE. A outra relação é com a missão do nosso ser. A missão de construir o futuro. Nascemos com uma missão a realizar. Temos sonhos de futuro e de realização. “A falta de instrumentos para concretizar os sonhos e construir um futuro, me faz sentir um inútil, e minha vida não tem sentido”. Isso gera um conflito destrutivo e perigoso de raiva contra a vida e a sociedade em geral.
A ESCOLA AJUDA A CONTRUIR O FUTURO DOS NOSSOS JOVENS?
Na nossa longa experiência formulamos uma pedagogia dos não amados, que chamamos de Pedagogia Presença como resposta eficaz e cura destas feridas nas relações fundamentais para cada um de nós. O clima deve ser de família entre alunos e educadores e alunos entre si. No espaço escola, nossos filhos deveriam fazer uma experiência de família e de filhos que não conseguiram fazer na casa deles.
“Quais as relações que se constroem? Quais atenção as feridas e gritos dos alunos? Quem procura curar estás feridas? A proposta de conteúdo é gratificantes e responde aos gritos da vida e preparam para vida? Nossas escolas são tristes. Até nas suas cores. Sem atividades atrativas e socializantes atividades lúdico-esportivas e culturais. Precisa reformular nosso sistema educacional”.
A escola deve se programar para responder a estas demandas. Nossos filhos estão sempre mais doentes e destruídos, sobretudo se já fazem usos de substâncias psicoativas que tem efeitos devastantes. Não é com polícia que se resolve isso. A SOLUÇĀO NÃO É ARMAR AS ESCOLAS.
O problema e mais profundo. A escola deve preparar o futuro e oferecer instrumentos para cada aluno se tornar protagonista da sua história.
É PRECISO FORMULAR UM NOVO MODELO DE EDUCAÇÃO. Todos somos chamados a pensar nisso. Governo, famílias, sociedade, igrejas, movimentos, partidos.
A CASA DO MENOR APONTA UM CAMINHO
Está interessado em nos conhecer? Trabalhamos com acolhimento, desenvolvimento comunitário, atividades lúdicas-esportivas e culturais, oferecemos escolarização e profissionalização e inserção na sociedade e no mundo do trabalho. Nosso público são crianças, adolescentes, jovens, famílias vulneráveis em periferias violentas. Trabalhamos em todos os nossos espaços presentes no Brasil e também em Guiné Bissau (África) a educação e a fraternidade.
Usamos todos os dias um método simples: o Dado do Amor. Educamos a amar, a conviver e a perdoar. Nunca tivemos violências nos nossos espaços. Trabalhamos com adolescentes e jovens que vem de uso de drogas e de abandonos e pobrezas profundas. Venha nos conhecer.
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Fontes: Ascom Imagine Acredite e Renato Chiera – fundador da Casa do Menor São Miguel Arcanjo