Na manhã desta segunda-feira, 18 de novembro de 2024, o Rio de Janeiro tornou-se o epicentro da diplomacia internacional ao sediar a abertura da Cúpula de Líderes do G20. Pela primeira vez, o Brasil recebe o encontro que reúne as 19 maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana, para discutir desafios globais e buscar soluções conjuntas.
O Museu de Arte Moderna (MAM), localizado no coração da cidade, foi o palco escolhido para o evento. Delegações de 40 países e representantes de 15 organismos internacionais compareceram, transformando o Rio em um centro de culturas e ideias, refletindo a importância dos temas a serem debatidos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anfitrião da cúpula, iniciou os trabalhos com um discurso contundente. “Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”, declarou, referindo-se à fome e à pobreza que ainda assolam milhões de pessoas ao redor do mundo.
Lula enfatizou que a fome não é fruto de escassez ou fenômenos naturais, mas de decisões políticas equivocadas. “A fome é resultado de decisões políticas, não de falta de recursos”, afirmou, convocando os líderes presentes a assumirem a responsabilidade por mudanças efetivas.
Lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza
Um dos momentos mais aguardados da abertura foi o lançamento oficial da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, iniciativa liderada pelo Brasil. “Por isso, colocamos como objetivo central da presidência brasileira do G20 a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”, anunciou Lula, demonstrando o compromisso do país com a erradicação dessas mazelas.
A aliança já conta com a adesão de 81 países, 26 organizações internacionais, nove instituições financeiras e 31 fundações filantrópicas e ONGs. Brasil e Bangladesh foram os primeiros a aderir.
O objetivo da aliança é unir esforços de países em desenvolvimento e doadores, além de instituições internacionais, para criar programas de combate à fome e à pobreza. Espera-se que essa coalizão promova ações coordenadas e eficazes, compartilhando experiências e recursos para alcançar resultados concretos.
A escolha do Rio de Janeiro como sede da cúpula e o lançamento da aliança refletem a posição proativa do Brasil no cenário internacional. O país busca liderar e inspirar outras nações a se unirem em prol de causas humanitárias urgentes.
A cúpula também aborda outros temas de relevância global, como mudanças climáticas, segurança alimentar e desenvolvimento sustentável. No entanto, o foco inicial no combate à fome e à pobreza destaca a prioridade dada pelo Brasil a questões sociais e humanitárias.
Lula relembrou sua participação na primeira reunião de líderes do G20 em 2008, e expressou tristeza ao constatar que, após 16 anos, o mundo está em pior estado. “Estive na primeira reunião de líderes do G20 em 2008. Lamentavelmente, 16 anos depois, o mundo está em pior estado”, lamentou.
O presidente brasileiro concluiu seu discurso com um apelo à ação coletiva e imediata. “Não se trata apenas de um compromisso moral, mas de uma necessidade prática para a construção de um mundo mais justo e pacífico”, reforçando a necessidade de união entre as nações para enfrentar os desafios comuns.
A abertura da cúpula foi marcada por um clima de otimismo cauteloso. Líderes de diversas nações expressaram apoio à iniciativa brasileira e destacaram a importância de ações coordenadas para enfrentar os desafios globais.
Nos próximos dias, espera-se que a cúpula produza declarações conjuntas e compromissos concretos, refletindo a determinação dos países membros em trabalhar juntos por um futuro mais justo e sustentável.
A população brasileira acompanha com atenção os desdobramentos do evento, na esperança de que as discussões resultem em melhorias tangíveis para o país e para o mundo.
Confira a abertura do G20