Ao caminhar pelas ruas da maior capital do Brasil, São Paulo, é fácil encontrar um rosto familiar entre as pessoas em situação de rua. É o Padre Júlio Lancellotti, 74 anos de idade, uma figura carismática e apaixonada que tem dedicado sua vida a ajudar aqueles que a sociedade frequentemente ignora.
Mas quem é esse homem de fala suave e sorriso constante, sempre cercado por uma multidão de pessoas em situação de rua, a quem ele trata como família?
Pedagogo de formação, coordenador da Pastoral do Povo e vigário da paróquia São Miguel Arcanjo, Júlio Lancellotti trabalha incansavelmente nas ruas da cidade há mais de 40 anos. Ao longo desses anos, tornou-se uma voz ativa e constante na defesa dos direitos dos mais vulneráveis. A sua abordagem não é apenas fornecer uma refeição quente ou um cobertor, mas oferecer respeito, amor e compaixão.
“Há 40 anos eu estou nas comunidades convivendo com as pessoas e superando todas as barreiras e incorporando a vida deles na minha própria vida e a minha vida na vida deles e juntos estarmos nesse caminho de não fazer por eles, mas de fazer com eles”, afirma.
As pessoas que encontram abrigo nos projetos de Lancellotti não são apenas beneficiadas por serviços básicos, mas também encontram uma comunidade que as acolhem, prestam assistência jurídica e médica, independentemente de sua situação. Elas encontram uma chance de reconstruir suas vidas.
“Há grandes desafios econômicos, sociais, políticos, ideológicos como a própria questão da aporofobia, mas o grande desafio é a desigualdade e a desigualdade que mata. Esse é o título do relatório da Oxfam Brasil. A desigualdade mata. Então esse é o grande desafio”, observa em entrevista ao jornalista Sergio Botelho Junior.
E não são apenas as pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica que são tocadas por seu trabalho. Voluntários, políticos e cidadãos comuns também se inspiram em seu comprometimento e em sua abordagem holística.
Através de sua persistência e amor incondicional, padre Júlio Lancellotti lembra a todos nós que a verdadeira riqueza de uma cidade não se mede pelos seus arranha-céus, mas pelo cuidado com os seus habitantes com o objetivo de recuperá-los, sejam das drogas ou da pobreza.
No final do dia, o que ressoa é a mensagem simples, mas poderosa de Lancellotti: “Todos merecem ser amados”. E nas ruas de São Paulo, esse amor se torna visível através de seu trabalho incansável.
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