Na manhã desta terça-feira (19), líderes mundiais se reuniram para a cerimônia de encerramento da Cúpula do G20. O evento marcou a conclusão da presidência brasileira no grupo, que será sucedida pela África do Sul em 2025. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou o momento para reforçar a necessidade de união e comprometimento global frente aos desafios contemporâneos.
Durante seu discurso, Lula destacou o compromisso do Brasil com a construção de um mundo mais igualitário e sustentável. “Saímos desta cúpula reafirmando que o G20 não é apenas um espaço de diálogo, mas um espaço de ações concretas para transformar a realidade de milhões de pessoas ao redor do mundo”, declarou.
O presidente também apresentou um balanço das realizações do Brasil à frente do G20. Entre os destaques, Lula mencionou a inclusão de pautas sociais e ambientais como centrais nos debates do grupo. Ele celebrou a aprovação de medidas como o pacto pela igualdade de gênero, o combate à fome e à pobreza, além da incorporação da sustentabilidade ambiental em discussões sobre economia e infraestrutura.
Um dos marcos do encontro foi o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. A iniciativa busca reunir esforços dos países membros para combater a insegurança alimentar e as desigualdades sociais. Lula ressaltou que esta é uma prioridade para o Brasil e convidou os demais líderes a aderirem ao pacto. “Não podemos nos omitir diante do sofrimento humano. Temos as ferramentas e os recursos; precisamos agir”, disse.
A questão ambiental também teve destaque no discurso do presidente. Ele pediu aos países que antecipem suas metas de neutralidade de carbono para 2040 ou 2045, enfatizando a urgência de respostas efetivas às mudanças climáticas. “A crise climática não espera, e o G20 tem o poder de liderar um esforço global para a preservação do nosso planeta”, afirmou.
Ao longo da Cúpula, os participantes debateram a necessidade de reformas nas instituições de governança global, com o objetivo de torná-las mais representativas e democráticas. Lula defendeu mudanças no Conselho de Segurança da ONU e em outros organismos internacionais, destacando que “é preciso dar voz aos países em desenvolvimento, que muitas vezes enfrentam os maiores desafios”.
Além disso, o presidente reforçou a importância de promover avanços no financiamento climático para países em desenvolvimento. Ele mencionou que o G20 aprovou um compromisso histórico para revisar os mecanismos de financiamento multilaterais, tornando-os mais acessíveis às economias vulneráveis. “Esse é um passo essencial para que os países mais afetados pelas mudanças climáticas possam se adaptar e mitigar seus impactos”, declarou.
Vale ressaltar que a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro reafirmou o protagonismo do Brasil em questões globais e estabeleceu diretrizes que poderão moldar o futuro do grupo. Agora, as atenções se voltam para a África do Sul, que assumirá a liderança em um momento de crescentes expectativas sobre o papel do G20 na governança global.
COP30 será a última chance para evitar ruptura climática irreversível
Durante a última sessão temática da cúpula de líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um alerta contundente sobre a urgência de ações climáticas. Lula classificou a COP30, que será realizada em 2025 em Belém do Pará, como “a última chance de evitar uma ruptura irreversível no sistema climático”.
O presidente destacou que os efeitos das mudanças climáticas estão se intensificando, afetando diretamente as populações mais vulneráveis do mundo. Ele afirmou que a humanidade não pode continuar adiando decisões cruciais sobre a preservação ambiental e o cumprimento de metas climáticas. “Precisamos de mais ambição, coragem e senso de urgência para alcançar as mudanças necessárias”, declarou.
Lula aproveitou a sessão para convocar os países do G20 a assumirem um protagonismo maior no enfrentamento das crises climáticas. Ele reforçou o pedido para que as nações desenvolvidas cumpram o compromisso de financiar políticas climáticas nos países em desenvolvimento e defendeu uma transição energética mais justa e inclusiva.
O presidente brasileiro também destacou a importância da COP30 para a Amazônia, chamando a atenção para o papel do bioma na regulação climática global. Ele mencionou que a conferência será uma oportunidade de colocar os desafios da preservação da floresta e das populações que nela vivem no centro das negociações climáticas. “A Amazônia é essencial para o futuro do planeta, e o Brasil está comprometido em liderar essa luta”, afirmou.
Resultados do grupo de trabalho de transições energéticas são incorporados à Declaração de Líderes do G20
O Ministério de Minas e Energia (MME) liderou os esforços do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas (ETWG) no âmbito do G20, com foco em ampliar o acesso a energias limpas e sustentáveis. Os resultados do grupo foram integrados à Declaração de Líderes do G20, destacando o papel do Brasil nas discussões globais sobre transição energética e sustentabilidade.
Entre os temas centrais abordados, destacou-se a necessidade de uma transição energética justa, que considere as particularidades sociais, econômicas e ambientais de cada região. O objetivo é garantir que nenhuma comunidade seja deixada para trás no processo de adoção de fontes de energia renováveis.
Outro ponto de destaque foi a busca por políticas públicas que favoreçam a transição para um sistema energético mais limpo. Essas políticas devem criar um ambiente propício para investimentos e inovação, além de estimular a adoção de tecnologias que reduzam as emissões de gases de efeito estufa.
A integração dos resultados do ETWG à Declaração de Líderes do G20 representa um marco nos esforços globais por uma matriz energética mais limpa e inclusiva. Com essa contribuição, o Brasil reafirma seu papel ativo na busca por soluções que priorizem o desenvolvimento sustentável e o combate às mudanças climáticas.
Foto: Ricardo Stuckert/PR
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