Jéssica Barbosa prova do amor e acolhimento da Casa do Menor em seu momento de dor

A renomada instituição Casa do Menor São Miguel Arcanjo, que completa 35 anos em 2021, acolhe crianças, adolescentes, jovens e adultos que estão sem perspectiva e oferece um novo recomeço, por meio do amor, carinho, esperança e capacitação profissional. E a metodologia usada pela instituição é a formação integral, ou seja, trabalha tanto o lado espiritual como material. É aquele profissional que faz a diferença em seu ambiente de trabalho, mas também na sociedade, pois pensa no coletivo e sabe trabalhar em equipe. E a ImagineAcredite traz uma entrevista exclusiva com Jéssica Barbosa para explicar melhor sobre os cursos profissionalizantes da instituição.

Ela, que tem 29 anos, entrou na Casa do Menor como Coordenadora Pedagógica do curso profissionalizante do Jovem Aprendiz. E, posteriormente, assumiu a Coordenação-Geral do Curso Profissionalizante e continuou na parte Pedagógica do Jovem Aprendiz. Jéssica está na instituição há 1 ano e 6 meses e garante que a experiência é muito de aprendizado. “O trabalho que a gente faz aqui não se limita só a formação profissional, mas são cidadãos de bem, pessoas honestas que pensam no próximo”, destaca Jéssica, que atualmente responde pela parte Pedagógica dos cursos no Espaço Irmã Celina, Vila Cláudia, Tinguá e São José.

Segundo Jéssica, só na Sede da instituição são 10 cursos, como Administração, Recursos Humanos, Mecânica, Informática, Elétrica Predial, Confeitaria, Panificação, Barbearia, Fotografia, Auxiliar de Cabeleireiro. Ainda há a especialização de Design Gráfico para quem conclui Informática, e NR 10 para Elétrica, fora os outros cursos ofertados em outras unidades da instituição que atende cerca de 1.500 jovens, tudo gratuito, graças as emendas parlamentares e as parcerias com os fornecedores.

“O aluno não tem gasto com matrícula, com a mensalidade, com o material, porque a gente também tem parcerias que nos ajudam. E a emenda parlamentar, ela cobre os gastos mais pesados, de salário do instrutor, a manutenção desses cursos. A gente tem a teoria, mas a gente tem a prática, que é um diferencial muito grande nos nossos cursos. Aqui na Sede tem a sala de teoria e a sala prática. O aluno vem pra teoria e depois de um determinado momento começa a botar a mão na massa mesmo, pegar nos carros, a mexer com as lâmpadas, a parte de elétrica, isso também acontece no curso de barbearia e cabeleireiro. E aí, esses financiadores, eles dão oportunidade pra que esses alunos façam, essa manutenção”, esclarece Jéssica.

E a Casa do Menor precisa fazer uma triagem quando abre vagas para os cursos, pois são muitas pessoas que não têm condições e estão procurando uma nova oportunidade para serem inseridas no mercado de trabalho. “Vou dar um exemplo. A gente abriu agora o curso de Barbearia e Cabeleireiro. Nós temos só 80 vagas pra barbearia, mas o número que a gente recebe de pessoas procurando esse curso é cerca de 500 pessoas. Só que isso são 500 pessoas porque a gente fecha logo o formulário, porque a gente não vai conseguir fazer uma triagem além disso. E a equipe técnica, uma psicóloga, uma assistente social, faz as entrevistas pra identificar o perfil desses alunos que têm mais necessidade e talvez teriam a menor oportunidade de conseguir se formar e conseguir ter uma renda no seu trabalho”, revela Jéssica.

“É um processo sempre muito difícil pra gente fazer, porque dessas 500 pessoas que a gente consegue atender na seleção, as 500 precisam. E a gente tem que escolher as 80 que mais precisam pra poder atender. E com esse processo, a gente já vai instruindo o aluno pra poder conseguir selecioná-los e atender. A gente vê que tem alguns alunos que sempre tentam porque não tem essa oportunidade lá fora. A gente tá localizado na Baixada Fluminense onde nesse período de pandemia a fome e o desemprego têm aumentado, a gente tá vendo que ao redor não tem nenhuma outra instituição que oferece o curso gratuito e de qualidade. E quando conseguem oferecer, os alunos precisam, pelo menos, pagar taxa”, observa.

Para Jéssica, a Casa do Menor representa família, acolhimento, amor e gratidão. E a experiência dela é um pouco diferente dos demais profissionais que trabalham na instituição, visto que a maioria começou desde cedo a trajetória na Casa do Menor. “No início, eu não conseguia compreender muito essa questão de família, porque eu tenho uma base estruturada, meus pais, minha família é a minha vida. E eu ficava assim, poxa, mas eu já tenho a minha família, por que eu teria outra? Então, quando eu entrei na Casa era muito difícil entender isso. Mas, depois de um tempo, eu percebi que é como se fosse uma extensão da minha família. As pessoas conhecem hoje meus pais, conhecem a minha mãe, conhecem minha família. Então, hoje eu posso dizer que a Casa do Menor representa uma família”, relata.

Ela contou ao ImagineAcredite uma experiência que teve dentro da instituição, onde ao receber uma notícia triste, sua superior, chamada Renata, a acolheu. “Em qualquer outro espaço, a minha superior iria dizer: precisa cumprir isso e entregar isso hoje até 17 horas. Aqui a minha superior, ela se sentou ao meu lado e falou assim: calma, vamos resolver isso juntas. E ela ficou cerca de uns 1 hora comigo conversando. Eu fiquei muito emocionada com a atitude dela”, revela Jéssica, ao afirmar que a experiência na Casa do Menor dinheiro nenhum no mundo é capaz de pagar. “O padre Renato fala de levar amor a quem não tem, de levar esperança a que não tem e de conseguir suscitar esse sonho desses jovens. A gente recebe muitos jovens aqui sem sonhos e devolve para eles os sonhos”, finaliza.

Ascom ImagineAcredite

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