Nesta sexta-feira (12) a Secretaria Especial de Desenvolvimento Social realizou um bate-papo ao vivo com o Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas, Quirino Cordeiro, para o lançamento de três cartilhas que visam o combate às drogas no país. Participaram da live o secretário de Educação a Distância da Universidade Federal de Santa Catarina, Luciano de Castro; e os convidados da Universidade Federal de São Paulo sendo eles: o coordenador da Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas, Ronaldo Laranjeira; e os Professores afiliados da Psiquiatria, Cláudio da Silva e Sérgio Duailibi.
A parceria entre as Universidades e o governo federal foi assinada em 2019 para realização de estudos que comprovam que as drogas tanto lícitas, quanto ilícitas, trazem malefícios a sociedade brasileira. E o governo não mede esforços para que o conteúdo chegue a todos. Portanto, a íntegra está disponibilizada no Facebook, na página oficial da Secretaria. Já as cartilhas estão no site do Ministério da Cidadania.
“A primeira cartilha é sobre o tabagismo, que é uma das drogas que mais tem consumo no país e para quem deseja parar de fumar, há um guia de autoajuda. Já a segunda cartilha é sobre o tratamento da dependência química e traz estratégias para o gerenciamento de casos complexos de quem sofre com essa doença. E a terceira cartilha traz os argumentos contra a legalização da maconha no país, visto que há uma grande preocupação por parte da sociedade brasileira que a aprovação possa aumentar o número de dependentes químicos”, informa Dr. Quirino Cordeiro.
Na oportunidade, o secretário Luciano elogiou o conteúdo do material, dizendo que atende a principal função que é informar a todos. “Estamos muito felizes em transformar esse tema tão complexo, inovador, né, numa forma de apresentação tão didática. Eu acho que a cartilha ficou leve, de fácil compreensão, formulada através de perguntas e o texto é a própria resposta. Eu acho que ela vai ser de um valor muito expressivo para profissionais e pessoas interessadas no assunto”.
Já o professor Sérgio criticou quem apoia a legalização da maconha no país e lembrou que existe uma série de tratamento adequado para a dependência química, já que esse serviço está melhorando, porém ainda não há capacidade de tratar em 100% os problemas já existentes, como álcool e tabaco. Sendo assim, a liberação da maconha traria mais problemas para o Brasil. “Inclusive, no 4º item da cartilha diz que um dos argumentos é que reduziria o tráfico de drogas, e isso não é verdade. Os países que já liberaram a maconha pra sua população, nós vemos que o tráfico se reorganiza”, alerta.
Concordando com seu colega Sérgio, o coordenador Ronaldo acrescentou que os estudos mostram que a maconha causa dependência e abre brechas para outras drogas. “A legalização vai acabar com o crime? É uma ingenuidade criminosa você falar isso. Nenhuma experiência no mundo com a legalização, nos EUA o crime organizado só aumentou em relação após a legalização da maconha. A legalização da maconha ela é incompatível com a saúde pública, com a saúde das crianças”, pontua.
“A má informação traz uma percepção de risco alterada. Quando você veicula informações adequadas, você melhora a percepção de risco das pessoas em relação as drogas. E percepção de risco tá diretamente relacionada ao consumo. Estudos mostram que a baixa percepção de risco está associada ao maior consumo de drogas”, argumenta o professor Cláudio da Silva, sobre a importância desses estudos.
Ascom ImagineAcredite