No próximo mês de junho, entre os dias 15 e 18, será realizado o 7º Congresso Internacional Freemind no Expo Dom Pedro, em Campinas (São Paulo), para discutir as melhores práticas de prevenção, tratamento e ressocialização quando o assunto se trata dos problemas do uso de substância. Com mais de 30 horas, o maior evento da América Latina trará 12 palestrantes internacionais e 36 nacionais, 20 painéis temáticos e mais de 10 eventos paralelos. A expectativa é receber 2 mil participantes que ao final receberão certificação nacional e internacional.
Em entrevista exclusiva à ImagineAcredite, durante os dias que esteve em Brasília (26 e 27), o Coordenador Operacional do evento e presidente do ISSUP Brasil, Paulo Martelli, explicou a importância de propor uma reflexão sobre a real tolerância frente às drogas. “As pessoas só vão acordar quando tem um problema na família ou quando vira um adicto. Antes ninguém acha que é problema. Como sociedade, temos que proteger as crianças e jovens com relação ao uso de álcool e outras drogas, para que tenham um futuro de sucesso”. Para tanto, é preciso a união entre todos os setores da sociedade civil, de todas as competências técnicas e cientificas para mudar a situação do país em relação a drogadição.
“Antes, temos que saber quem é a sociedade civil como um todo. O primeiro setor é o Executivo, o Legislativo e o Judiciário. O segundo setor é a iniciativa privada, são as empresas que tem como objetivo o lucro, mas temos que entender quem trabalha com produtos que danifiquem a saúde e o futuro dos nossos jovens. E o terceiro setor são as entidades, as igrejas, as universidades. Então, é um trabalho muito difícil unir esses setores e a sociedade civil. Então, a mobilização Freemind foi criada com o espírito de unidade, fazendo com que esses setores se unissem com o objetivo de diminuir o uso abusivo de álcool e outras drogas no Brasil”, justifica Martelli.
Com a missão de ajudar as pessoas que ajudam outras pessoas, em 10 anos de atividade, o Freemind já capacitou mais de 11 mil pessoas que ajudaram mais de 2 milhões de pessoas com problemas de drogas no país. E Martelli atribui o sucesso, primeiramente, à Deus. “Nós somos instrumento de Deus. Ele foi fazendo com que o nosso Congresso se tornasse importante, aonde todos os palestrantes querem vir gratuitamente. E existem pessoas que não querem saber nem onde e quando vai ser, elas querem ir porque sabem que são quatro dias de muitas informações, que vão dar força pra que voltem a sua base e continuem o trabalho que estão fazendo. A cada ano do Congresso, a gente tenta melhorar pra que essas pessoas que vão se sintam mais forte, capacitadas e motivadas a fazer um bom trabalho pra ajudar o próximo e salvar vidas”.
“Chamado de Deus”
A título de conhecimento, a mobilização do Freemind surgiu, em 2012, após o encontro de Dedé Martelli com um jovem dependente, machucado e faminto, numa madrugada fria em São Paulo. A partir daí, outras pessoas se uniram para ajudar os dependentes químicos. Um ano depois, Paulo Martelli foi convidado para o projeto.
“Meu irmão é a grande semente de tudo isso. Se não fosse essa semente, nada disso existiria. Ele idealizou a mobilização Freemind e depois o Augusto Cury e o padre Haroldo, co-fundadores, nos ajudaram a montar essa mobilização. Então, meu irmão me procurou porque eu sempre trabalhei na área de Marketing e Eventos, e perguntou como eu poderia ajudar. E eu falei: vamos fazer um Congresso. Eu pesquisei, não tinha nenhum Congresso nessa área. E o primeiro que a gente fez foi em 2013, com o tema: “vamos tirar a droga da cabeça dos jovens e colocá-las em discussão”. Nós buscamos parceiros como o padre Haroldo, o Frei Hans, enfim, todas as pessoas que sempre trabalham nessa área e nos apoiaram. Então, nós criamos um Congresso que hoje se tornou um dos três maiores do mundo e o maior da América Latina”, enfatiza Paulo Martelli.
A partir de 2015, a Freemind foi convidada a participar da entidade International Society of Substance use Professionals (ISSUP Global) e em 2017 os capítulos nacionais do ISSUP foram criados. “O Brasil foi um dos primeiros capítulos nacionais. Hoje existem no mundo mais de 32 capítulos nacionais. Esse é o nosso trabalho. A ISSUP muito mais focada nas capacitações, baseada em evidências científicas. E a mobilização Freemind muito mais focada na comunicação, na informação e na unidade do setor de drogadição”, declara Martelli, que trabalha de forma voluntária há 10 anos “em prol de uma sociedade mais sóbria, mais unida e mais feliz”.
Substitutivo do PL 399/2015
De acordo com uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (FioCruz), em 2019, cerca 4,9 milhões de brasileiros usam substâncias psicoativas. Um dado que pode parecer pouco, mas não é, onde causa sérios danos tanto para o dependente, a família, a sociedade e aos sistemas de segurança e de saúde pública. Apesar disso, o Congresso Nacional pode a qualquer momento aprovar o substitutivo do PL 399/2015, que regulamenta o plantio da maconha no Brasil. Para Paulo Martelli, a legalização pode aumentar a taxa de mortalidade dos brasileiros.
“Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as drogas lícitas têm uma taxa de mortalidade 20 vezes maior do que as drogas que não são legalizadas. Isso é uma evidência científica. Se pegar uma droga que não é legalizada e trazer pra legalização, vai aumentar em 20 vezes a taxa de mortalidade num determinado tempo. Então, só um louco ou alguém que quer assassinar crianças e jovens aprovaria um Projeto de Lei que as evidências científicas falam que, daqui a alguns anos, as pessoas que vão usar a maconha legalizada vão ter 20 vezes de chances de morrerem mais. Eu sou totalmente contra essa aprovação”, finaliza Paulo Martelli, formado em Arquitetura, Propaganda em Marketing, pós-graduação em Marketing Digital e pós-graduação em Marketing de Mídia em Prevenção e Teologia.
7º Congresso Internacional Freemind 2022
Tema: Proteger nossos jovens das drogas é o nosso maior compromisso com o futuro
Quando: 15, 16, 17 e 18 de junho
Local: Centro de Convenções Expo Dom Pedro, Campinas (SP)
Mais informações acesse:
Ascom Imagine Acredite