Nesta quarta-feira (16), a Câmara dos Deputados realizou uma audiência interativa online para defender a aprovação da Nova Política Nacional sobre Drogas. O encontro contou com a presença dos deputados Alex Manente (Cidadania- SP), Secretário de Relações Internacionais, Paulo Teixeira (PT-SP), presidente da Comissão Especial – PL 0399/2015 – Medicamentos Formulados com Cannabis e Luciano Ducci (PSB-PR), relator do referido projeto de lei.
Outras autoridades marcaram presença como Nathaniel Erskine-Smith, membro do Parlamento do Canadá; Sharren Haskel, membro da Knesset (Parlamento de Israel); Oded Shoseyov, professor de Biologia Molecular e Nanobiotecnologia da Universidade Hebraica de Jerusalém.
O ex-ministro e deputado federal Osmar Terra (DEM-RS) também participou do debate e criticou a reunião, pois apenas enaltece as qualidades da maconha medicinal, mas não fala dos efeitos adversos. “O objetivo é liberar o plantio, a produção em grande escala, tem interesses bem definidos atrás disso, que é de grandes empresas canadenses que fazem lobby no Brasil com grandes propagandas e divulgações. A indústria da produção da maconha para consumo estaria em primeiro plano e só, posteriormente, as preocupações com as crianças que têm síndromes raras, como convulsões”.
A aprovação, segundo o ex-ministro, é para uso consumo próprio e fabricação de outros produtos que tornam fáceis a dependência química, como balinhas, chocolates e óleo. “Por causa do teor alto de THC, os jovens, 50% antes dos dezoito anos que começam a usar a maconha regularmente, ficam dependentes químicos e desencadeiam esquizofrenia, psicoses graves, cada vez numa frequência maior que cada vez mais está aumentando a dose de THC”, explica Terra.
Ele ainda frisa que no Brasil não há tratamento individual para os dependentes químicos, como está sendo proposto, e que todas as drogas ilícitas têm um aspecto medicinal, por exemplo, a morfina que é um remédio analgésico à base da planta papola que produz o ópio. “O ópio é um remédio que seria muito bom para relaxar, só que não usa ele porque causa um dano muito maior. A mesma coisa é a maconha. Quando começou a produção industrial das drogas, consideradas hoje ilícitas, começou a proibição no mundo, porque muita gente ao mesmo tempo fica com o estado mental alterado e produz alteração grave na sociedade”, alerta.
Em um dado momento, Terra pediu provas que não haveria aumento de consumo de drogas no país ao deputado Nataniel de Jesus e o indagou quais são os vínculos e os lobbys que têm com empresa canadense. “Se as drogas são tão boas, por que a maldade em proibir a maconha? Porque o resultado disso a gente já sabe. As famílias que têm dependentes químicos, que começaram com a maconha e que foram para outras drogas, já sabem a tragédia que é isso”, enfatiza Terra.
Sendo médico de formação e preocupado com a saúde brasileira, Terra concluiu que o país pode piorar muito com o plantio industrial da maconha e garantiu que vai trabalhar para que o novo PL não seja aprovado e finalizou com uma comparação que, “a bradicinina vem de um veneno da Jararaca e é o remédio mais usado para a pressão alta, porém ninguém cria a cobra para tratar a pressão alta”.
Vale ressaltar que a única evidência comprovada até hoje é o uso de canabidiol especificamente para 0,8% dos casos de epilepsia, Síndrome de Lennox-Gastaut (SLG), que já foi autorizado pelo Ministério da Saúde e é fornecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
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