Durante a 79ª Semana Oficial da Engenharia e da Agronomia, a Ordem dos Engenheiros de Angola, liderada pelo presidente Augusto Paulino Neto, buscou conhecer soluções brasileiras para resolver desafios locais do país africano. Em entrevista a reportagem de ImagineAcredite, ele destacou que seu país enfrenta desafios relacionados à mobilidade urbana e a oferta de moradia social digna.
“Trouxemos os nossos projetos para que, com base neles, possamos levar para Angola aquilo que é experiência no Brasil e, dessa forma, firmar parcerias que possam construir em Angola ações de capacitação profissional em angola. Porque se olharmos para a experiência brasileira, acabamos por ver que as diferentes realidades têm alguma coincidência. Os problemas de mobilidade urbana e habitações sociais são problemas que enfrentamos em Angola e estarmos aqui significa podermos trocar experiência, olhar a realidade brasileira e ver como eles estão tentando resolver os problemas, tirar os aspectos positivos e levar para Angola para tentar resolver os nossos problemas de forma mais adequada”, argumentou.
Cabe destacar que o investimento em ciência e tecnologia foram medidas que fizeram a engenharia brasileira avançar e é justamente por esse caminho que a Ordem dos Engenheiros de Angola está seguindo. “Estamos conscientes de que é necessário oferecer habitação digna aos nossos cidadãos e não podemos permitir que os bairros continuem crescendo de forma desorganizada e cercando as nossas cidades. Por isso, resolvemos oferecer um prêmio de engenharia e arquitetura aos nossos estudantes, desafiando-os a apresentarem soluções que possam resolver a questão dos bairros degradados com habitações precárias. Queremos que eles estudem nossos problemas e apresentem soluções, soluções que vamos apresentar as autoridades para que elas vejam qual a melhor forma de implementá-las”, ressaltou Augusto Neto.
Além disso, assim como Moçambique, Angola também está de braços abertos para os profissionais brasileiros. Prova disso é que já há um acordo entre a Ordem dos Engenheiros de Moçambique e o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia para o reconhecimento dos profissionais formados nos dois países. “O fluxo de reconhecimento tem sido mais do lado do Brasil para a Angola, por conta da dimensão continental do Brasil, mas acreditamos que com o tempo e com o afinar de algumas cláusulas do nosso protocolo, nós teremos aqui o fluxo nos dois sentidos, reforçando aquilo que nós queremos que é uma relação biunívoca das duas ordens profissionais”, analisou.
Na SOEA 2024, diversos profissionais e estudantes brasileiros buscaram o estante da Ordem dos Engenheiros de Angola para conhecer mais sobre as oportunidades no país africano, fato que foi comemorado pelo presidente Augusto Neto. Para ele, o evento foi um dos melhores locais para a troca de experiências e competências, bem como para a celebração de novas parcerias. “Não é a primeira vez que participamos da SOEA. Nós participamos há seis anos, mas é a primeira que participamos com estande, onde trazemos mais informações sobre nossa organização e, sobretudo, aquilo que são os nossos projetos e propósitos para estabelecer parcerias com os Creas e o Confea, reforçando o acordo que fizemos com o Confea”, falou.
Ele também deixou uma mensagem de esperança para todos os profissionais da engenharia. “Nós, engenheiros, podemos melhorar a qualidade de vida das nossas sociedades. Nós não podemos pensar que podemos trabalhar sozinhos, temos que unir as nossas experiências para melhorar a qualidade de vida das nossas sociedades”, finalizou.
Por Thiago Farias