A Semana Oficial da Engenharia e Agronomia (SOEA) de 2024 é o principal ponto de encontro de profissionais do setor. Nesta seara também estão presentes representantes de instituições internacionais que veem ao Brasil com o objetivo de viabilizar parcerias, como é o caso da Ordem dos Engenheiros de Moçambique, presidida pelo Feliciano Dias, que concedeu uma breve entrevista à Revista ImagineAcredite.
Na oportunidade, Feliciano Dias destacou que a engenharia moçambicana tem grandes desafios nas áreas de saneamento, moradia e alimentação digna e que, por isso, o país está de portas abertas para acolher profissionais brasileiros. “O Brasil tem experiencia nessas áreas e é isso que nós precisamos. Nós vemos pelo noticiário internacional as coisas que são feitas aqui nessas áreas. É claro que o Brasil possui dimensões incomparáveis com Moçambique, mas cada um com a sua dimensão”, argumentou Dias.
Ele ainda enfatizou que Moçambique possui oportunidades de trabalho para os engenheiros brasileiros, uma vez que o número de profissionais formados por ano é muito superior ao do país africano. Por lá, cerca de mil novos engenheiros são postos no mercado de trabalho todos os anos, enquanto que no Brasil esse número salta para 25 mil. Atualmente, há 21 profissionais do maior país da America Latina atuando em terras moçambicanas.
“Mas como trabalhar em Moçambique?”, questionou ImagineAcredite. Em resposta, Feliciano Dias informou que basta o profissional possuir o diploma de conclusão de curso, buscar a Ordem dos Engenheiros para o reconhecimento profissional e assim proceder com toda a documentação necessária para facilitar a entrada do mesmo no país africano. Cabe destacar que a Ordem dos Engenheiros de Moçambique equivale ao Sistema Confea/Crea e Mútua no Brasil.
Um acordo em vista
Ainda durante a entrevista, o presidente Feliciano Dias explicou que haver a intenção de formalizar um acordo entre a Ordem e o Confea para o reconhecimento profissional e, consequentemente, troca de conhecimentos, tecnologias e inovações no setor. Segundo ele, atualmente existe apenas um acordo informal, ou seja, não assinado entre as partes e que a expectativa é concretizar essa formalização.
“Mesmo não existindo um acordo rubricado, nós somos parceiros em várias comissões de trabalho da CPLP e somos parceiros também em algumas missões de trabalho de engenheiros civis na Missão Portuguesa e Castelhana. E, provavelmente, na reunião dos países da CPLP que vai ocorrer em maio do próximo ano em São Paulo, seja assinado o acordo de reconhecimento e reciprocidade entre os países da CPLP”, informou.
Atualmente, a Ordem dos Engenheiros de Moçambique possui um acordo de reconhecimento e reciprocidade com Portugal e Palopes, representados por Angola e Cabo Verde. “Mas o acordo está aberto para que os outros países dos Palopes, nomeadamente Guiné Bissau, São Tomé e Guiné Equatorial possam assinar a qualquer momento”, acrescentou Dias.
O acolhimento brasileiro
Em meio a tantos acordos futuros, a Ordem dos Engenheiros de Moçambique participa da SOEA 2024 com o objetivo de se apresentar para a comunidade profissional presente e apresentar as possibilidades existentes em terras moçambicanas. Além disso, o presidente Feliciano Dias ressaltou que a participação é resultado de um convite recebido na última edição da Semana Oficial da Engenharia e Agronomia, ocorrida em Gramado.
“Esse ano, a SOEA organizou para nós um estande e nós estamos aqui disponíveis para falar individualmente com as pessoas que nos procurarem sobre Moçambique e os projetos de engenharia em Moçambique”, pontuou.
E completou: “A Ordem tem apenas 22 anos, então é um órgão relativamente recente e que está em expansão e a participação nesses fóruns é uma forma também de nos apresentarmos. E é fantástico, porque é dispensada muita atenção para nós. Por isso que daqui vai sempre muita experiência, porque o Brasil tem um estado tecnológico mais avançado que o nosso. Quando falo em tecnologia, falo em engenharia, e vou levar essa experiência para lá˜.
Por Thiago Farias