Renato Chiera: “O fenômeno das drogas é fruto de um aborto comunitário”

Nesta quinta-feira, 22, o Portal Imagineacredite traz uma entrevista exclusiva e profundamente reflexiva com o padre Renato Chiera. Ele foi o responsável por fundar, há 33 anos, Casa do Menor São Miguel Arcanjo no Brasil. Dono de uma simplicidade sem igual, o sacerdote – que é natural da Itália – tem dedicado toda à sua vida a reestruturação e promoção das vidas de crianças e adolescentes, sobretudo, nos estados do Rio de Janeiro, Alagoas, Ceará e Paraíba. Tudo isso, porque sempre sonhou em ser como Dom Bosco e também porque sempre esteve atento ao que considera ser o chamado de Deus.

Cabe destacar nesta breve introdução, que o padre Chiera iniciou seus trabalhos em terras cariocas, mais precisamente em Miguel Couto, onde decidiu dar a sua vida pelas crianças e adolescentes assoladas pela vulnerabilidade social. E foi com essa abnegação total que ele passou a conhecer de perto um Brasil cuja violência é vista nas televisões e jornais, e que entre outras coisas já rendeu muitas ameaças a sua existência.

Por isso, na entrevista de hoje, você poderá conhecer um pouco mais da visão do Padre das Ruas e das cracolândias sobre temas como: violência, segurança e drogas. Tudo isso sem contar com os causos da sua vida, bem como do amor que ele nutre perante aqueles desvalidos de atenção e amor.

Além disso, você conhecerá um pouco mais dos desafios e objetivos do sacerdote perante o seu maior feito: a Casa do Menor São Miguel Arcanjo, instituição que há 33 anos atua junto a crianças e adolescentes promovendo cidadania, profissionalização e, acima de tudo, um país do bem viver.

Confira a entrevista na íntegra:

IA: Como o senhor descreveria o homem e o padre Renato Chiera?

RC: Digo sempre que antes de ser padre, sou um homem e que antes de ser padre, sou um cristão. O homem Renato é o filho de camponeses, é uma pessoa que bebeu a solidariedade e a dimensão espiritual e religiosa na família, e Deus me tirou do meio do gado para uma grande aventura.

Enquanto o padre Renato é este homem com as suas fragilidades, com seus valores, com suas capacidades e com limites, mas é aquele que Deus escolheu para uma missão e eu estou contente que ele tenha chamado este Renato, agora padre Renato, a estar e a ser presença no meio daqueles que ninguém quer, que não tem o amor de ninguém. Então sou um padre privilegiado, por viver no meio dos excluídos dando esperança e suscitando sonhos. A rua é a minha igreja e a cracolândia é a minha catedral.

IA: Que significado tem para o senhor a alcunha de “o padre das ruas” e “o padre das cracolândias”?

RC: Estou contente em ser chamado assim, porque Jesus foi Deus na rua, evangelizador na rua, foi um homem Deus de rua que estava pouco no templo, porque é na rua que estão os sofrimentos e as feridas, então tem que ser samaritano.

Padre das cracolândias, porque a cracolândia é o inferno que é o resultado de uma sociedade que não ama mais, que exclui, que joga fora muitas pessoas vistas como descartáveis, e que está profundamente doente. Então a cracolândia é o rosto de Jesus na cruz que grita o abandono, e cracolândia sendo o inferno, nós devemos entrar nele como fez Jesus para levar ressuscitado a esperança, simplesmente, amando.

IA: De forma resumida, como o sacerdócio e a Casa do Menor entraram em sua vida? Uma coisa levou a outra?

RC: Desde pequeno eu via meu pai viver para os outros e eu queria ser padre para viver para os outros. Quando tinha oito anos, eu queria ser como Dom Bosco, porque – para mim – ser padre era ser como Dom Bosco que era padre e que amava e se dedicava muito as crianças. Com o tempo esqueci isso, mas sempre amei os jovens. Tanto é que lá na Itália, me formei em filosofia para dar aula e estar com os jovens, sobretudo, aqueles que frequentavam escolas públicas, onde aula de filosofia era uma aula de ateísmo.

Mas depois vim ao Brasil e foi aí que voltou aquela vocação de ser como Dom Bosco, de resgatar vidas, e a Casa do Menor entrou através do grito dos meninos que não queriam morrer. “Nos matam todos se você não fizer nada!”, esse grito entrou no meu coração, e entendi que era o grito de Jesus: ‘Aquilo que tu fazes ao menor faz a mim’. Ai aquela noite em que um garoto me pediu ajuda, porque já tinham matado 36 jovens em Miguel Couto e ele era o primeiro a ser assassinato, foi como se Jesus tivesse me falado: “Renato, você prega que Deus ama, mas tem medo de se comprometer com eles”, foi aí que dei meu sim e como homem, padre e cristão, entrou a Casa do Menor em minha vida.

IA: O que seria dos menores sem esta obra?

RC: Gostaria de lembrar aquilo que falava Madre Tereza que Calcutá: “Quando seu trabalho é uma gota no oceano, mas sem esta gota o oceano seria mais pobre”. Agora muitos meninos me agradecem pelo meu sim. “O que seria de nós sem vocês, sem a Casa do Menor, a gente talvez já tivesse sido mortos, talvez estivéssemos no caminho errado, nas drogas, nas ruas. Obrigado porque você começou isto!”.

Esta obra, que é uma obra de Deus, nasceu no coração dele que é pai de todos, sobretudo dos pequeninos. Esta obra já ajudou e reergueu milhares e milhares de crianças e jovens. É uma alegria salvar vidas e valeria pena eu dar a minha vida para salvar uma vida, mas nos cálculos que temos, temos mais de 100 mil sendo que quase 70 mil já têm uma profissão. Neste momento, nós temos cerca de três mil jovens fazendo cursos conosco e outros fazendo atividades nas periferias e bairros vulneráveis.

Portanto, enquanto alguém quer matar, nós querermos ajudar e estamos mostrando que o nosso caminho está certo e que é por aí que se resolve a violência.

IA: Quais foram os principais desafios já enfrentados pelo senhor, nestes mais de 40 anos, na luta pelo resgate e promoção das vidas de crianças e adolescentes?

RC: Os desafios são muitos, mas fazem parte. Quem quiser vir atrás de mim tome cada dia a sua cruz e me siga. Os desafios não são uma surpresa, eles fazem parte de uma missão que você assume. Mas os desafios são enormes, recebemos ameaças e se você se coloca com os últimos, você é excluído também nos julgamentos. Eu já tive ameaça de morte várias vezes, já tive que fugir de casa várias vezes, mas isso vale a pena porque eu sigo um Deus que morreu e eu ainda não morri. Quem sabe um dia? Acho que não mereço isso.

Outro desafio está relacionado às pessoas. Como ter pessoas vocacionadas que tenham a alma e o amor de Deus, que faça o que ele quer, que ame e que seja missionário e não apenas funcionários. Nós temos o grupo Família Vida e somos poucos demais para tantos jovens e tantas vidas.

Além disso, outro desafio é o desafio econômico, porque nós vivemos basicamente da providência e não temos renda e nenhuma entrada certa, e não podemos fazer trabalhar ninguém porque são menores. Então é um desafio, porque quando chega ao final do mês à gente tem o coração na mão: “vamos ou não vamos conseguir?”. Mas a providência nunca nos abandonou. Algumas vezes a gente duvida dela, mas Deus que suscitou esta obra não vai abandoná-la.

IA: Então tudo valeu a pena?

RC: Claro que valeu e que vale a pena! Por isso, que se Deus quer isso, então eu quero ficar aqui até a morte. Já falei e repito: Tem tanta gente que trabalha numa fábrica fazendo coisas, mas nós trabalhamos numa fábrica de seres humanos, restaurando vidas e isso é fantástico. É como continuar a história da salvação, então vale a pena sim! Salvar uma vida já vale a pena!

IA: Houve algum sacrifício pessoal que o senhor teve de fazer para dar seguimento ao trabalho que hoje desenvolve por meio da Casa do Menor? Faria tudo novamente?

RC: O primeiro sacrifício é se doar e dizer não ao meu egoísmo, ao meu comodismo. Estou aposentado, tenho 77 anos, poderia ficar tranquilo escrevendo como eu gostaria muito, mas agora estou aqui lutando. Amar é sacrificar o meu eu, mas não é um sacrifício feio porque é na doação para os outros que eu me realizo.

Teve ameaças mais graves em que fui considerado como um bandido, porque trabalho com meninos que têm a culpa de não ter família, de não ser amado e de não ter futuro. Agora eu faria tudo novamente sim e de forma melhor, porque talvez nem sempre tenha sido muito fiel àquilo que Deus queria e disso peço perdão. Esta obra poderia ser bem melhor se eu fosse mais fiel.

IA: O Atlas da Violência mostrou que uma das maiores causas de homicídios no país são as drogas e seus comandantes, e que as suas principais vítimas são adolescentes com idades entre 14 e 24 anos. Como o senhor analisa esta situação?

RC: Esta realidade que é uma calamidade, um grito e um espanto com a matança dos filhos do Brasil que deveriam ser o presente e o futuro do nosso país, é devido a muitas coisas. A primeira coisa é a família que é fragmentada, ferida e que não consegue mais amar os filhos, não os educa, não consegue crescer numa forma harmoniosa. Então é o grito por sentar-se por pai e por mãe, é o grito por “Quero ser filho!”, “Quero a presença de alguém que me ame do jeito que sou”, então o menino de rua, na droga, na violência e no tráfico, antes de tudo, ele é filho do abandono da família.

Outra causa grande é a nossa realidade social, que é uma realidade partida, cruel, de uma sociedade do descarte, uma sociedade em que há um abismo entre ricos e pobres. Um abismo que está crescendo e esta realidade social afeta as famílias, os casamentos e as relações interpessoais, então cria uma situação em que os jovens não têm perspectivas. Infelizmente, a perspectiva que aparece como a melhor é o narcotráfico ou a prostituição.

Outro dia um menino me falou que iria entrar para a milícia, porque lá ganharia muito dinheiro mesmo tendo que matar. Agora aquilo que me impressiona é a indiferença. Nós aceitamos como normal àquilo que é anormal. Aceitamos como normal que cada dia mate mais de 175 vidas – só no Rio de Janeiro são 17 por dia – até que se cria um clima de eliminação e de ódio em que as pessoas se sentem autorizadas a matar e depois perguntar quem é a pessoa. Então esta é uma situação que a mim dói muito.

Outra coisa que os nossos responsáveis não estão captando é a causa da violência. Se pensa em resolver a violência matando, mas não estamos resolvendo coisa nenhuma, porque se gasta tanto dinheiro na assim falada segurança, nas armas, na polícia e tudo isso, e não se resolve porque a causa é mais profunda. Tem que ir as causas!

Então analiso que a violência é o grito de quem não está bem e não se sente amado por ninguém, nem por Deus! Portanto, se não sabe se amar e nem amar, vai querer destruir. Esse é o grito de quem não é filho e de quem não tem perspectivas futuras. Agora é aí que nós – sociedade e governo – devemos nos debruçar sem ideologia. A ideologia divide! Vamos ver o ser humano na sua realidade concreta, pois ele não é de direita, de esquerda, de centro, católico, evangélico ou espírita, o ser humano é ser humano e os jovens estão gritando que não estão bem, que nós estamos eliminando-os já quando nasceram. Pois já não têm útero que os continuem ajudando com a escola, com a família e com a sociedade, sem possibilidade de futuro.

IA: Acredita que essa realidade tem solução?

RC: Tudo isso tem solução! A violência não se resolve com a violência. Agora nós somos tão desesperados e tão perdidos que nós, adultos, aceitamos como normal que se matem os nossos filhos; aceitamos que eles sejam uma ameaça, um perigo e não mais um presente. O que está acontecendo com o Brasil? Brasil, mostra a tua cara! O nosso trabalho é uma resposta à violência, mas não uma resposta com a violência, não autorizando a ter arma, não matando, não botando na cadeia que custa caríssimo e fabrica mais bandidos, mas dando família, dando Deus, dando amor, dando escola, dando profissão, dando futuro. Por que não nos debruçamos sobre isto juntos? Por que só pensamos projetos de lei para matar, para jogar na cadeia e não para salvar? Vamos pensar nisso!

IA: O senhor acredita que o Governo Bolsonaro acertou ao publicar a nova Lei Sobre Drogas e a nova Política Nacional Sobre Drogas, a fim de combater, tratar e prevenir as drogas no país?

RC: Podemos ter divergências com o governo, como temos! Mas acredito que esta nova Política Nacional Sobre as Drogas é uma coisa boa, primeiro porque se dá conta que existe um problema: uso de drogas que leva a violência, ao narcotráfico, a cadeia e tudo mais que já sabemos. Então ela mostra que não podemos nos comportar como avestruzes escondendo a nossa cara abaixo da areia, tem que ver o porquê de acontecer tudo isso.

Agora, essa nova política leva a sério essa problemática e pede ao governo e a sociedade que colaborem para esta solução, pois nem o governo e nem a sociedade resolverão esse problema sozinhos. Precisamos dar as mãos, porque o fenômeno das drogas é fruto de um aborto comunitário e, por isso, nós devemos gerar um parto comunitário. Então é bom andar de mãos dadas e com o governo ajudando aqueles que têm vocação para isso, porque ele não tem vocação para cuidar e curar os usuários. Ele não tem essa vocação e nem é chamado a ter, mas nós temos, nós temos um chamado de Deus, nós fomos escolhidos e temos a capacidade de amar, de dar Deus, de doar a nossa vida, enquanto o governo pode ajudar com dinheiro que as nossas entidades não têm.

Agora tem que prevenir! Não estamos entrando em caminho de prevenção, pois é mais fácil prevenir do que curar, e não serve somente trabalhar nas consequências, porque a droga e a violência são apenas uma consequência. Então está se abrindo porta para desenvolvimento comunitário, para trabalho na comunidade e não estamos fazendo isso.

Tem políticos que através de emendas querem se abrir mais a este nosso trabalho, agora no Brasil são milhões de usuários de drogas, a cracolândia está aumentando, o povo de rua está aumentando e para tratá-los o governo brasileiro não dispõe de espaços. Já a sociedade civil tem muitos, mas não é o suficiente. Agora é importante que o governo ajude as obras que trabalham na recuperação de usuários a se firmar e se estruturar, claro que analisando quais são essas comunidades terapêuticas, porque tem de todos os tipos, para que não digam que a comunidade terapêutica existe somente para receber dinheiro, mas é bom que ele dê ajuda e acompanhamento para elas se estruturarem e poderem acolher e curar mais pessoas.

IA: Nessa nova política tem algo que o chame atenção?

RC: Uma coisa que me parece também bonita é que se acatou a dimensão espiritual religiosa não confessional, a relação com alguém que é mais do que nós e que me ama, é essencial e constitutiva. E isso era coisa que se colocava em dúvida. A ciência não resolve o problema da droga, o médico não resolve o problema da droga, o psicólogo não resolve o problema da droga sozinho, porque quando alguém usa tem algo quebrado, tem uma carência, tem um grito da alma para algo de infinito. E se a gente não responde a esse grito de ser amado e de amar, a gente não resolve, não reconstrói.

Portanto, acho muito importante esse passo. Agora, eu acredito que se deveria dialogar mais: governo, sociedade e comunidades terapêuticas. Digo isso, porque eu tenho 33 anos de experiência e tem outros com ainda mais experiências, então nós podemos com humildade colocar à disposição esta nossa experiência. Agora, eu tenho dificuldade em entender o seguinte: os governos estão mesmo decididos a encarar o problema das drogas nas causas? Por que chega tanta droga? Por que se trabalha para reprimir a droga no varejo e se mata muita gente? Vale a pena? E não se trabalha para reprimir a droga no atacado que vem, sem dúvida, com o apoio de pessoas graúdas, pois quem morre são os jovens, nossos pés de chinelos, enquanto quem ganha são pessoas que nunca serão assassinadas nas favelas ou nas bocas de fumo pela polícia ou pela milícia ou por outras facções. Então devemos fechar a entrada ou dificultar a entrada da droga, coisa que vejo pouco esforço e que, por isso, tenho algumas dúvidas.

Nós devemos encarar a droga de frente, porque ela é um lobby que rende muito dinheiro, e a quem interessa isso? Outra coisa são as armas, de onde elas vêm? Tem crianças de nove anos com armas sofisticadas. Quem é que botou a arma na mão dele? De onde vem essa arma? Como é que chega? Então tenho essa dúvida e estou triste porque não quero que não nos sintamos mais desamparados e sozinhos. Nós devemos crescer muito!

IA: Presente em quatro estados, a Casa do Menor pretende aumentar a sua dimensão do Brasil? O que a sociedade pode esperar dela nos próximos anos?

RC: Nós não pretendemos. Nós apenas queremos responder a gritos e a necessidade, porque Deus nos fala através dos gritos dos jovens e também do pedido das pessoas. Tem muitos lugares que pedem a nossa presença, muitos estados, muitas dioceses e muitas prefeituras, e nós gostaríamos sim de podermos abrir esta realidade em outros lugares. Nós devemos continuar a história de salvação de Jesus, mas o menino que morre assassinado não chegou a ele a salvação do jeito que Jesus gostaria.

Então o nosso coração é o coração de Deus e ele quer que todos sejam salvos. Enquanto alguém estiver sofrendo, nós não poderemos sossegar, mas para isso é preciso pessoas vocacionadas e não apenas funcionários. Precisamos sim de profissionais, mas profissionais no serviço do amor, porque sem isso não funciona. Segunda coisa, precisamos de mais recursos materiais, pois a nossa obra custa muito. Nós gastamos uns R$ 700 mil por mês e tudo é obra da providência, porque Deus cuida, mas a providência tem que também ajudar a ser provocada.

IA: Diante da importância da Casa do Menor para os mais pobres, podemos dizer que ela é o seu maior legado?

RC: Claro que a Casa do Menor é o meu maior legado. É um filhote! Mas o legado mesmo é que Deus esteja nesta obra, porque ele é o salvador. Por isso, não é tanto a obra o legado, porque ela é uma coisa que pode passar, então o maior legado que posso deixar é a presença de Deus nesta obra.

Eu gostaria de deixar como testamento que quem trabalha na Casa do Menor e nas outras obras que possa viver uma experiência de amor recíproco e viver de maneira a merecer a presença de Jesus ou de criar as condições para que ele esteja em nosso trabalho, porque Jesus falou: “Onde dois ou três estão reunidos em meu nome, estou presente no meio deles”. Então que tenha Jesus, pois a obra continuará se for Jesus que a leva para frente e se nós, que fazemos parte desta obra, nos vigiarmos para que Jesus nunca saia do nosso meio. Se isto acontecer, vai morrer tudo.

IA: Para encerrar, acredita que a Casa do Menor São Miguel Arcanjo já cumpriu a sua missão?

RC: Não! Essa obra é de Deus e ele nunca para, pelo contrário, quer sempre mais. Tanto é que tem outros ainda que não são do meu rebanho, então ela não cumpriu mesmo. Ela apenas começou, porque na visão de Deus 33 anos são nada. A visão dele é a eternidade, então nós não cumprimos ainda, nós apenas a começamos e agora devemos nos aprimorar, ser mais fiel a Deus e ao evangelho, para que ele possa agir mais.

Agora, eu, antes de morrer, gostaria que Deus nos abrisse as portas no Brasil – para outras obras, para outras presenças – e na África. A gente sonha né? Eu sonhava em ser como Dom Bosco, em cuidar de crianças e agora o meu sonho também é a África, principalmente, o seu estado mais pobre: Guiné Bissau. Não sei se Deus quer isso, nós estamos à escuta do projeto dele, mas a nossa luta continua com Deus e com você que está me lendo se colaborar conosco. Entra nesta aventura! Vale a pena e você não se arrependerá. Você sofre, mas por dentro terá um coração que explode de alegria.

Por Sérgio Botêlho Júnior

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