Em entrevista ao Portal Imagineacredite, o presidente da Frente Parlamentar Católica (FPC), o deputado federal Francisco Júnior (PSD-GO), saiu em defesa das comunidades terapêuticas ao observar que os governos federal, estaduais e municipais realizem uma ampla conscientização em meio à sociedade brasileira do que é e de como funciona uma comunidade terapêutica. Para ele, tais entidades são reflexos de uma organização social e que, portanto, não podem sofrer com preconceitos.
“Existia até pouco tempo atrás um preconceito muito grande com as comunidades e recentemente isso vem melhorando bastante, mas precisa avançar muito. Então o primeiro programa que deve acontecer por parte dos governos estadual, federal e municipal é o da conscientização do que acontece numa comunidade terapêutica, de qual é o papel dela na sociedade. Uma coisa é acolhida da pessoa com dependência, outra coisa é todo o trabalho que precisa acontecer com a sociedade, com a família, com os amigos, mas acima de tudo com a reinserção na sociedade”, defendeu.
Para o deputado, o trabalho desenvolvido pelas comunidades terapêuticas com o apoio da sociedade tende a melhorar com a conscientização dos cidadãos, que têm parcela de contribuição – por meio dos impostos – com a recuperação dos dependentes químicos. “O estado quando apoia as comunidades terapêuticas não está fazendo favor, não está fazendo doação, está dividindo e deixando participar de uma forma mais transparente à sociedade na solução desse problema”, completou o parlamentar que comemora os avanços promovidos pelo governo federal, em especial pela Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania (Senapred-MC).
O deputado ainda observou que a Frente Parlamentar Católica possui parcerias com diversas comunidades terapêuticas que possuem suas origens vinculadas a Igreja Católica Apostólica Romana, a exemplo da Fazenda da Esperança. Segundo ele, embora as entidades possuam origens católicas, elas foram construídas para atender a toda a sociedade sem fazer qualquer distinção. “Elas não são para os católicos, mas são para a sociedade, são abertas a toda a sociedade”.
E completou: “Um exemplo disso é o excelente trabalho, que já vem aí e que é uma referência para todos nós, Eros Biondini, de Minas Gerais, que vem testemunhando todo o trabalho que realiza seja o Mundo Novo, seja em Goiás que existem várias comunidades também, a Associação Servo de Deus, que sou membro há 30 anos, na chácara Maria de Nazaré. Mas seja com tantos testemunhos, como tantas experiências, mas acima de tudo atuando e dando a oportunidade de toda a sociedade participar. Não quer dizer que todos têm que se envolver diretamente, mas na medida em que nós compreendemos a importância e damos condição de quem tem essa vocação participar, então a Igreja Católica ela abre oportunidades, espaço para todo cidadão de bem poder dar a sua contribuição e participar”.
Por fim, o presidente da FPC disse que várias bancadas – incluindo as evangélicas, em Defesa da Vida, e das Comunidades Terapêuticas – estão atentas para barrarem todo e qualquer projeto que venha culminar com a legalização das drogas no Brasil. “Nós estamos muito atentos e somos terminantemente contra qualquer liberação, em qualquer sentido das drogas, seja maconha ou qualquer outra. Elas abrem oportunidades para todo tipo de malefício que todo tipo de droga pode trazer. Se fosse bom não chamava droga”, encerrou.
Por Sérgio Botelho Junior