Outubro  Rosa: a luta global pela prevenção e diagnóstico precoce do câncer de mama


 
Em outubro, o mundo se une em uma campanha de conscientização que transcende fronteiras: o Outubro Rosa. Com origem nos Estados Unidos, na década de 1990, o movimento tem como objetivo sensibilizar a população sobre a importância da prevenção e detecção precoce do câncer de mama. Ao longo dos anos, essa campanha tem se expandido e ganhado força em diferentes países, incluindo o Brasil, onde o câncer de mama é uma das principais causas de morte entre mulheres. A cada ano, milhares de novos casos são diagnosticados, e a prevenção se torna uma ferramenta essencial na luta contra a doença.
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Em 2024, a estimativa é de mais de 66 mil novos casos no Brasil. No entanto, quando diagnosticado precocemente, as chances de cura ultrapassam 90%, conforme apontam os especialistas. A mamografia é o principal exame para a detecção precoce, sendo recomendada para mulheres entre 50 e 69 anos a cada dois anos. A campanha também visa conscientizar sobre a importância do autoexame das mamas e dos cuidados com a saúde de maneira geral.
A prevenção primária envolve a adoção de hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, a manutenção do peso corporal adequado e a amamentação, que são considerados fatores protetores contra o câncer de mama. Por outro lado, o consumo de álcool, o tabagismo e o sedentarismo são apontados como fatores de risco. A educação e a sensibilização sobre esses fatores são cruciais para reduzir a incidência da doença. Dessa forma, o Outubro Rosa é uma oportunidade de promover mudanças que possam impactar diretamente na saúde da mulher.
Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, há desafios específicos que ainda precisam ser superados. Em 2024, um estudo apresentado pelo INCA destacou a vulnerabilidade das mulheres negras, que têm mais chance de desenvolver o câncer de mama triplo-negativo, uma forma agressiva da doença. Essas mulheres enfrentam barreiras tanto no acesso ao diagnóstico quanto ao tratamento. Iniciativas que visam a inclusão e o acesso igualitário aos cuidados de saúde são fundamentais para combater essas disparidades.
O tratamento do câncer de mama envolve várias abordagens, como cirurgia, quimioterapia, radioterapia e terapias hormonais, dependendo do estágio e do tipo da doença. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece acesso a esses tratamentos, embora a demora no diagnóstico e o tempo de espera para iniciar o tratamento ainda sejam desafios a serem enfrentados. A campanha Outubro Rosa também busca chamar atenção para a necessidade de melhorias nas políticas públicas que garantam atendimento ágil e eficaz às pacientes.
Além da prevenção e tratamento, o Outubro Rosa tem um forte componente de apoio emocional e social. Diversas organizações promovem ações solidárias para oferecer suporte a mulheres que estão enfrentando o câncer de mama e suas famílias. Essas iniciativas incluem grupos de apoio, oficinas de autoestima e programas de acolhimento que ajudam as pacientes a lidar com os desafios físicos e emocionais impostos pela doença. O câncer de mama não afeta apenas o corpo, mas também o bem-estar emocional e social das mulheres.
É importante lembrar que, além das mulheres, homens também podem ser diagnosticados com câncer de mama, embora seja mais raro. A conscientização sobre a possibilidade da doença em homens, mesmo em menor escala, é essencial, pois o diagnóstico precoce continua sendo a melhor forma de tratamento. Assim, o Outubro Rosa é uma campanha que busca englobar todos aqueles que podem ser impactados pela doença, promovendo uma visão ampla e inclusiva sobre a saúde.

Por Tércia Diniz

você também pode gostar...