A mobilização em prol da Marcha das Famílias Contra as Drogas, marcada para ocorrer no dia 03 de novembro, com o objetivo de pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a não regulamentar o consumo de drogas no Brasil, segue ganhando força. Tanto é que nesta sexta-feira, 25, o Movimento Brasil Sem Drogas (MBSD) aderiu à mobilização.
A adesão foi oficializada durante uma reunião ocorrida no gabinete do Senador Eduardo Girão (Podemos-CE), em Brasília-DF. O ato contou com a presença de Célia Moraes, diretora do Desafio Jovem de Brasília e conselheira da FEBRACT; Lívia Lopes, assessora da Executiva Nacional de Cuidados e Atenção as Drogas; Gustavo Cordeiro e Marcos Linhares, ambos da Cruz Azul; Andreia Salles, integrante do MBSD; Roberto Lassare, assessor do Senador Eduardo Girão; o Senador Eduardo Girão; Quirino Cordeiro, Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (SENAPRED) do Ministério da Cidadania e seu assessor Eduardo Cabral.
Para o atual SENAPRED, a inclusão do Movimento Brasil Sem Drogas no projeto representa um ganho muito grande em todo o país, haja vista que o grupo possui capilaridade e representação em todos os estados da federação brasileira. “Por conta disso, nós começamos a engrossar esse movimento, para que possamos ter, no dia 03 de novembro, marchas mais fortes e efetivas junto a população, para que possamos pressionar o Supremo Tribunal Federal a não descriminalizar as drogas no país. Nós já temos problemas demais com as drogas para que o Supremo venha fazer isso”, acrescentou.
Cabe destacar que o movimento Brasil sem Drogas foi criado em 2014, unindo pessoas de várias religiões que já militavam pela causa. Andreia, por exemplo, participa de um grupo de autoajuda que, ao lado do marido, que é ex-dependente químico, cuida de 500 dependentes. E neste debate da descriminalização das drogas, a entidade já realizou vigílias em frente ao STF.
Na época, Andreia Salles, que faz parte do movimento, em entrevista à Agência Brasil, afirmou que a discussão sobre a política de drogas no país não deve se limitar ao fato de criminalizar ou não a posse de drogas, mas, sim, de desenvolver políticas públicas de educação e atendimento aos dependentes, e que o grupo não acreditar que a constituição federal possa ser utilizada para justificar um ato ilícito.
Além do MBSD, a Marcha das Famílias Contra as Drogas também conta com o apoio de setores da Igreja Católica de Roma, da Igreja Evangélica e também de entidades do terceiro setor, a exemplo de Amor-Exigente, da Pastoral da Sobriedade, da Cruz Azul, da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (FEBRACT), da Confederação Nacional de Comunidades Terapêuticas (CONFENACT), e de parlamentares como o deputado federal Eros Biondini e do Senador Eduardo Girão.
Diante disso, Quirino destacou que o engajamento dessas instituições no pressionamento do STF em relação à pauta do dia 06 de novembro significa dizer que: “O Brasil não quer expor seus filhos as drogas”. Além disso, ele destacou que já existem 20 capitais engajadas em realizar a marcha e que nos próximos dias será divulgada a lista das localidades onde haverá a citada marcha, bem como o contato para que outros interessados possam organizar e mobilizar outras marchas em outras regiões do país.
Por Sérgio Botêlho Júnior