Lucinha dedica sua vida a ser presença em meio as crianças, adolescentes e jovens

A ImagineAcredite vai contar a história de vida pra lá de inspiradora da fundadora da Casa do Menor São Miguel Arcanjo, Lúcia Inês, que juntamente com o padre ítalo-brasileiro, Renato Chiera, transformam a vida de milhares de crianças, adolescentes, jovens e adultos por todo o país há mais de 35 anos. Desde criança, Lucinha, como é chamada carinhosamente, sempre teve a vocação de amar e cuidar do próximo. Sua vida nem sempre foi fácil, as batalhas impostas a tornaram uma vencedora. E a Casa do Menor e o Padre Renato são essenciais na vida dela.

Aos 16 anos, Lucinha tinha o desejo de mudar o mundo e sempre perguntava a Deus qual era sua missão na terra. Foi nesse momento que Padre Renato, que ela considera como um pai, apresentou a espiritualidade do Movimento dos Focolares. A partir de então, Lucinha começou a ajudar na paróquia, foi quando surgiu a Casa do Menor, com o objetivo de evangelizar as crianças abandonadas por todos e era uma forma de viver o evangelho concretamente.

“Não adianta eu pregar uma sociedade diferente se as pessoas são da mesma forma e as pessoas não mudam. E que quem primeiro precisava mudar era eu. E aí eu comecei a perceber isso e queria viver essa coisa dessa mudança. E aí nesse momento o padre Renato tinha começado essa experiência com os meninos. E eu comecei como eu sempre quis ajudar todo mundo. Então eu também falei pra ele que eu ia ajudá-lo, eu já estava ajudando-o”, explica.

“E como a gente podia viver o evangelho com aquele menino que estava na rua? Acolhendo-o. Como que a gente poderia viver o evangelho com aquele menino que estava ameaçado de morte? Tirando ele do risco, não o deixando morrer. E durante muitos anos a Casa de Menor foi só isso, sem nada. Depois que a gente fez a parte jurídica da Casa do Menor, tudo mais. No início não tinha parte jurídica, não tinha nada, era um trabalho da paróquia”, revela.

Antigamente, os voluntários da instituição iam atrás das crianças em situação de vulnerabilidade e resgatavam. Hoje, por conta da lei, a as crianças chegam por meio da Vara da Infância do Juizado ou do Conselho Tutelar, com determinação judicial. E durante esses anos vivendo com as crianças e adolescentes, Lucinha chegou à conclusão de que a vida é muito simples. “Se a gente consegue ser como uma criança, a gente vai ser feliz, porque a vida é algo muito simples, nós é que vamos complicando-a. Conforme a gente acha que vai crescendo, vai se desenvolvendo, a gente vai complicando a vida”, observa.

E com o todo trabalho de amor e evangelização, Lucinha sentia que ainda faltava algo e foi quando ela teve um encontro espiritual com Deus, em um retiro na Fazenda da Esperança, em São Lourenço. “Eu tinha ido na Fazenda e o frei chegou perto de mim e falou: você tá muito cansada, nós fazemos um retiro de uma semana, que é um pouco nossas férias. Vamos fazer? O frei Hans me falou isso. Eu peguei e falei: opa, vou sim frei. Vou. E aí, eu fui. Nesse retiro, eu senti muito forte, tinha a sensação de uma leveza, de uma como se tivesse tirado um peso de cima de mim e de uma alegria, de uma paz muito grande”, narra.

E como presente, Deus confiou a Lucinha até hoje a missão e a obra da Casa do Menor. “E é uma forma Dele me mostrar que ele me ama tanto. Ele confia uma obra Dele na minha mão, junto com outras pessoas, com toda uma comunidade, porque a Casa do Menor não é feita por uma pessoa. E eu que acho isso é muito importante que a Casa do Menor é uma obra que é conduzida a muitas mãos, algumas mãos se veem, são mais visíveis, mas muitas mãos não se veem”, pontua.

E por que arriscar a vida por essas crianças? A resposta não poderia ser outra. “Se você é mãe ou se você é pai, você quer defender o teu filho, não mede o risco. E pra mim esses meninos são meus filhos. Eu vivo a maternidade com eles. E falando a nível sobrenatural, a nível espiritual, pra mim são a presença de Deus, são a presença de Jesus, eles são Jesus. Então quando eu olho pra cada um deles, eu vou além daquele rostinho, ou daquela situação, aquela coisa que ele fez de errado. E eu preciso amá-lo, porque só o amor vai mudar”, explica.

E ela deixa um conselho para que as famílias, além de amarem as crianças, que sejam presença na vida de cada uma para que se sintam amadas verdadeiramente. “Que essa criança possa sentir essa segurança, que tem alguém que a ama, que aceita ela do jeito que é, se ela é branca, negra, alta, baixa, gorda, inteligente, então que seja amada do jeito que ela é. Se a criança tem esse clima de amor, com certeza ela vai crescer e passar pela adolescência, pode até ter dificuldades porque é um momento de transição, mas vai ser e, com certeza, vai ser uma pessoa do bem”, finaliza.

Ascom Imagineacredite

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