Fundador da Casa do Menor no Brasil concelebra missa de canonização de Santa Dulce dos Pobres

Na manhã do último domingo, 13, o Papa Francisco celebrou a missa de canonização de cinco novos santos católicos, entre eles a brasileira Santa Dulce dos Pobres que partiu deixando um legado de caridade e dedicação aos menos favorecidos. Coincidência ou não, o Padre Renato Chiera, fundador da Casa do Menor São Miguel Arcanjo no Brasil e conhecido como o pai dos filhos de ninguém, concelebrou a missa com o Santo Padre, no Vaticano.

Em entrevista ao Imagineacredite, Chiera lembrou que a Praça São Pedro estava pintada de diversos povos que teriam seus filhos canonizados, muito embora a grande maioria fosse de brasileiros, em especial, de baianos. “Nós sentimos a beleza da Igreja Católica, a Praça São Pedro estava colorida com as cores da humanidade, dos países que tiveram filhos canonizados. A beleza da Igreja Católica é a sua universalidade”, comentou o sacerdote.

Além disso, o padre Renato destacou que a missa representou o significado da catolicidade da igreja ao celebrar uma missa em diversas línguas, bem como lembrou que ter uma santa brasileira e baiana no hall de santos da Igreja de Pedro foi algo que causou grande emoção entre os presentes. “Irmã Dulce representa um símbolo de esperança que nos convida a construirmos um Brasil atento aos últimos, aos mais pobres”, argumentou.

Seguindo essa ideia, Chiera lembrou que o caminho percorrido por todos os cristãos até sua canonização passou pelos menos favorecidos e que isso serviu de impulso para os trabalhos desenvolvidos pela Casa do Menor São Miguel Arcanjo no Brasil. “Percebemos que o caminho da santidade passa pelos pobres, pelo amor aos últimos e nós nos sentimos identificados e impulsionados a continuar com o nosso caminho e confirmados”, afirmou.

No Vaticano, Renato Chiera estava acompanhado por uma comitiva da Casa do Menor no Brasil. Entre os integrantes estava a Lúcia Inês, presidente da instituição, que ressaltou o significado da canonização de Santa Dulce dos Pobres. “Ela nos convida para sermos pontes que unem as pessoas em torno do ser humano, que é a imagem e semelhança de Deus. Se unir a ele através do irmão, acho que esse é o convite que Irmã Dulce nos faz”, completou.

Cabe destacar que o Padre Renato Chiera, embora seja italiano de nascença, tem dedicado à sua vida ao resgate e promoção da vida de crianças e adolescentes por meio da Casa do Menor, que está presente o Brasil há 33 anos, nos estados do Rio de Janeiro, Paraíba e Alagoas. Os trabalhos são fruto da sua satisfação com o trabalho junto aos mais pobres e vulneráveis, por isso a instituição oferta cursos profissionalizantes, atividades no contraturno escolar, projetos de desenvolvimento comunitário e também o serviço de Comunidade Terapêutica.

Além disso, é importante destacar que Renato assim como Irmã Dulce começou os trabalhos do nada, somente com os mais pobres e, sobretudo, com as crianças e adolescentes que clamavam pela vida diante da criminalidade da periferia carioca. Tudo sempre foi muito arriscado para o sacerdote, mas em recente entrevista ao Imagineacredite ele afirmou que valeria a pena dar a sua vida para salvar somente uma vida em perigo.

Por Sérgio Botêlho Júnior

você também pode gostar...