Desde o último dia 1º de janeiro, as entidades que fazem o segmento das comunidades terapêuticas no Brasil têm vivido um novo momento, que foi ineditamente melhorado a partir do mês de abril, quando foi sancionada a Nova Política Nacional Sobre Drogas (PNAD), pelo novo Governo Federal.
Com ela, o Brasil passou a adotar uma política que visa promover a abstinência total do uso de álcool e drogas, bem como passou a permitir a internação involuntária do dependente em clínicas e ambulatórios para fins de desintoxicação química, ao passo em que reconheceu as comunidades terapêuticas como prestadoras de um serviço de excelência.
Sendo assim, as CTs brasileiras por meio das suas entidades representativas passaram a andar de mãos dadas com os governos brasileiros, o que tem permitido que elas além de conseguirem mais recursos públicos para fortalecer os seus serviços, buscarem a sua qualificação técnica e profissional para melhor salvar a vida do dependente químico.
Entretanto, esta evolução não era conhecida pela comunidade internacional das CTs, pelo menos até a última semana. É que foi realizada em Tessalônica, na Grécia, a Conferência Europeia das Comunidades Terapêuticas, onde o psicólogo uruguaio, fiel defensor das verdadeiras CTs e integrante da Federação Brasileira das Comunidades Terapêuticas (FEBRACT), Pablo Kurlander, apresentou tais evoluções.
Segundo ele, em entrevista ao Portal Imagineacredite, a medida foi muito bem-vista pela comunidade internacional. “Isso [reconhecimento das CTs] é um dos focos de todos os trabalhos das comunidades a nível internacional de que a Comunidade Terapêutica é um entre muitos equipamentos que podem contribuir com a atenção ao dependente químico. Nunca é um”, argumentou.
Sendo assim, Kurlander a conferência – que reuniu representantes do segmento das CTs de todo o mundo – foi importante para o Brasil, porque serviu de espaço para a exibição de métodos e práticas que promovam a recuperação de vidas desgraçadas pelas drogas. Tudo isso, é claro, pela vida da qualificação técnica e profissional tanto das comunidades, como das suas equipes.
“Então é importante que o Brasil tome isso como exemplo e acompanhe cada vez mais a questão da adequação da comunidade a nova realidade, porque no Brasil ainda existem muitas comunidades que trabalham da mesma forma que se trabalhavam na década de 80, 90”, observou.
Além disso, Pablo destacou que a comunidade internacional tem debatido assuntos muito pertinentes a realidade brasileira, tais como: a adaptação das comunidades terapêuticas as novas demandas da atualidade, a qualificação profissional das suas equipes, e a busca por novas técnicas e práticas que fortaleçam o segmento sempre respeitando a essência de cada instituição. Sem contar com a prestação de serviços ambulatoriais e de menor complexidade.
“Sem dúvida, o que ela possibilitou foi à reunião de todos os profissionais que vêm trabalhando nesse sentido para poder apresentar a melhor prática que vem se desenvolvendo no mundo, porque é muito bom para nós, porque a FEBRACT vem seguindo os mesmos passos da comunidade internacional”, comemorou.
Por Sérgio Botelho Junior