Passados quase um ano da instituição da nova Política Nacional Sobre Drogas, o Portal Imagineacredite buscou as federações que lidam com a dependência química, sobretudo em comunidades terapêuticas, para saber de que forma eles têm avaliado a condução desta política pelo governo federal.
Para a Federação das Comunidades Terapêuticas do Centro-Oeste (Fecomte), a nova “Política Nacional Sobre Drogas abriu uma nova era, tanto para as Comunidades Terapêuticas quanto para o tratamento da dependência química. Hoje temos um setor regulado, que tende a melhorar mais e mais”.
Ainda para a Federação, a mudança de foco para a abstinência e não mais para a redução de danos permitiu a implantação de outra abordagem terapêutica junto ao dependente químico. “Pela experiência que temos, a abstinência favorece mais a recuperação da dependência de substâncias psicoativas porque rompe com comportamentos aditivos e promove reflexões que possibilitam uma renovação do estilo de vida”, argumenta.
Além disso, para a Fecomte, a nova PNAD deu mais protagonismo as federações. “Elas se tornaram protagonistas em suas regiões no sentido de levar informação e formação. Também se tornaram importantes interlocutoras das CTs junto ao poder público. Por meio delas as necessidades do setor conseguem alcançar aqueles que podem trazer soluções. As mudanças ainda são tímidas, porém há uma enorme possibilidade de melhorias em todos os sentidos”, acrescenta.
E completa: “Efetivamente os cursos oferecidos, especialmente pela FEBRACT, estão fazendo a diferença lá na ponta, onde tudo realmente acontece e precisa de conhecimentos técnico-científicos Os efeitos positivos são visíveis no resultado alcançado”.
Cabe destacar que durante muitos anos, o maior desafio das CTs eram manter a sua saúde financeira. No entanto, para a Fecomte, este desafio está sendo vencido graças ao financiamento de vagas pelo governo federal. “As CTs estão tendo a grande oportunidade de se aparelharem, de formar seus profissionais e prestarem um serviço de qualidade. Isso está sendo possível graças ao financiamento público das vagas. Antes havia a boa vontade, o desprendimento em ajudar essas pessoas, mas perdia-se em qualidade por falta de recursos. O financiamento público está sendo um divisor de águas para o setor”, comemora a Federação.
A Fecomte foi fundada em julho de 2015 por um grupo de dirigentes de CTs que se preocupavam com o destino da PNAD. Esse grupo se articulou desde 2010 quando surgiu a Associação das Comunidades Terapêuticas do Distrito Federal (Acomte), que ainda está ativa. Sob a presidência de Areolenes Nogueira, a Fecomte se engajou em todos os movimentos pró nova política sobre Drogas.
Além disso, a associação e a federação têm participado ativamente de todos os movimentos nacionais e estatuais em prol do avanço da legislação da política sobre Drogas. Tanto é que eles tiveram protagonismo na aprovação do PL 7663 que resultou no PL 77, que hoje é a nova Lei de Drogas. Sem contar que a Fecomte tem atuado junto ao governo local em todas as questões relacionadas ao financiamento das vagas, através da Secretaria de Justiça; tem buscado capacitação para as CTs, apoiado as CTs em todas as suas demandas e estimulando-as em relação a melhoria dos serviços prestados aos residentes.
Por Sérgio Botêlho Júnior