No Brasil, a guerra contra as drogas parece não ter fim. É que mesmo depois de muitas batalhas no Congresso Nacional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a comercialização do canabidiol (CBD) com concentração de 50 mg/mL, com até 0,2% de tetraidrocanabinol (THC), nas farmácias e drogarias espalhadas por todo o país.
O medicamento em questão, segundo consta, será fabricado na Colômbia, país mundialmente conhecido por seu destaque numa área nada agradável: o narcotráfico. Além disso, ele somente poderá ser prescrito “quando estiverem esgotadas outras opções terapêuticas disponíveis no mercado brasileiro”.
Assim como a aprovação, as aspas da Anvisa foram publicadas para dar um ar de segurança ao uso do medicamento em pacientes que sofrem com crises agudas de epilepsia refratária, o que significa um alívio para muitos pais de família. Entretanto, ela carrega consigo o risco de causar dependência química nos usuários do canabidiol, tanto é que a própria Agência reconhece isso ao determinar que a prescrição seja feita através das receitas de cor azul, obrigatórias para medicamentos que podem causar dependência, como: psicotrópicos, tranquilizantes e antidepressivos.
Além disso, a liberação do canabidiol abre um precedente ainda mais grave para o Brasil, que é o de facilitar a legalização da maconha e de outras drogas no país. Mas como isto pode acontecer? Fácil! Com o uso do medicamento colombiano, a indústria da maconha impulsionará o discurso de que a erva faz tão bem a saúde que já é utilizada como tratamento terapêutico, o que diminuirá a percepção do cidadão comum sobre os riscos inerentes ao consumo da maconha e, consequentemente, o tornará em mais um apoiador da causa.
Com isso, projetos que visam à legalização do plantio da maconha e que tramitam lentamente e na calada da noite, passarão a tramitar às claras, com o aval do cidadão comum e dos seus representantes nas esferas de poder. Com isso, o consumo de maconha abrirá as portas para a chegada de outros entorpecentes, já que a erva é a principal porta de entrada do perverso mundo das drogas e da dependência química. Os dependentes químicos em recuperação são a prova viva de tudo isso.
Portanto, neste momento em que o Governo Federal busca a todo custo conter o avanço do narcotráfico e resgatar os dependentes químicos deste perverso mundo com o financiamento de vagas em comunidades terapêuticas, os cidadãos brasileiros devem ficar de olhos bem abertos para não serem iludidos e acabarem permitindo que a pandemia das drogas seja agravada no Brasil, pois isso acarretará em problemas ainda mais sérios às famílias, à segurança pública e à vida de todos.
Por Sérgio Botelho Junior