Desvendando o Autismo: Diagnóstico Precoce, Integração Social e Políticas Públicas

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta cerca de 70 milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizado por dificuldades na comunicação, interação social e padrões de comportamento repetitivos, o autismo é um tema que desperta cada vez mais interesse e demanda ações concretas da sociedade e do poder público.

O diagnóstico precoce é um fator essencial para garantir a melhora na qualidade de vida.  Os sinais começam na primeira e persistem na adolescência e vida adulta, como a falta de contato visual, ansiedade excessiva, resistência a mudanças, atrasos na fala e no desenvolvimento motor, comportamentos repetitivos e dificuldades de interação social.

Segundo a Associação Brasileira de Autismo Comportamento e Intervenção (ABRACI DF), “embora algumas pessoas com TEA possam viver de forma independente, nos casos mais severos, elas precisam de atenção e apoio constante ao longo de suas vidas. Profissionais de saúde, como pediatras e psicólogos, desempenham um papel crucial na identificação desses sinais e encaminhamento para avaliação especializada.

“O diagnóstico de autismo deve ser feito por um médico por meio da avaliação do quadro clínico. Os primeiros indícios de autismo são apresentados por volta dos 18 meses. No entanto, o diagnóstico conclusivo ocorre a partir dos 30 meses de vida da criança. Quanto mais precoce for o diagnóstico, mais rápido poderá ser introduzida a ajuda especializada”, aponta a ABRACI-DF.

O tratamento promove o desenvolvimento de habilidades sociais, comunicativas e comportamentais e deve ser individualizado, levando em consideração as necessidades específicas de cada indivíduo. O trabalho realizado pelos especialistas deve ser continuado em casa pelos pais. É preciso que a família incentive essas crianças e jovens a desenvolverem a autonomia.

“Não há cura para TEA. No entanto, terapias comportamentais e programas de treinamento para pais e cuidadores podem reduzir as dificuldades de comunicação e melhorar a qualidade de vida e bem-estar das pessoas com TEA. Medidas mais amplas devem ser adotadas para tornar os ambientes físicos e sociais mais acessíveis, inclusivos e acolhedores”, enfatiza a ABRACI-DF.

Muitas vezes são diagnosticadas enfermidades associadas, tais como: convulsões, epilepsia, crises de ansiedade, depressão, hiperatividade e agressividade. Nestes casos, a medicação para tranquilizar é uma grande aliada ao tratamento. Crianças tratadas de forma conveniente podem desenvolver habilidades fundamentais para sua reabilitação.

Combate ao Preconceito: desconstruindo estigmas e estereótipos

O preconceito em relação ao autismo persiste, muitas vezes, baseado em estereótipos e falta de compreensão. É fundamental combater essas atitudes discriminatórias, promovendo a conscientização e a educação sobre o autismo. O conhecimento é a chave para a desconstrução de estigmas e para a construção de uma sociedade mais inclusiva.

O primeiro passo para combater o preconceito é entender que o autismo não é uma doença ou uma deficiência, mas sim uma forma de ser e perceber o mundo. Reconhecer as habilidades e o potencial das pessoas no espectro, oferecendo apoio e compreensão em vez de julgamento. Além disso, é essencial incentivar a inclusão desde a infância, nas escolas e nas comunidades.

Construindo uma sociedade mais inclusiva

Para construir uma sociedade mais inclusiva, é necessário o engajamento de todos os setores da sociedade. Governos, instituições de ensino, empresas, organizações não governamentais e comunidade em geral devem trabalhar juntos para criar um ambiente acolhedor e inclusivo para as pessoas no espectro autista.

Nas escolas, por exemplo, é fundamental adotar abordagens pedagógicas que sejam sensíveis às características do espectro autista, fornecendo suporte educacional adequado, treinamento de professores e promovendo a inclusão em atividades extracurriculares. Além disso, programas de sensibilização e conscientização são importantes para reduzir o estigma associado ao autismo e promover uma sociedade mais inclusiva.

Além disso, o poder público desempenha um papel crucial na elaboração de políticas públicas aplicadas para as pessoas autistas. É responsabilidade dos governos garantir o acesso a serviços de saúde de qualidade, incluindo avaliação, terapias especializadas, apoio educacional e profissional, além de promover a garantia de oportunidades no mercado de trabalho. Investimentos em pesquisas científicas também são fundamentais para melhorar a compreensão do autismo e desenvolver abordagens mais eficazes de intervenção.

“Um exemplo positivo nesse sentido é a implementação de leis que garantem os direitos das pessoas autistas. Diversos países adotaram legislações que asseguram a inclusão social, a acessibilidade e a não identificação das pessoas com autismo. Essas leis protegem os direitos fundamentais e incentivam a igualdade de oportunidades, de forma significativa a qualidade de vida das pessoas autistas’.

ABRACI-DF

A Associação Brasileira de Autismo Comportamento e Intervenção é uma instituição sem fins lucrativos que atende crianças de 03 a 15 anos de idade, oriundas, na maioria, de regiões administrativas e/ou do entorno do Distrito Federal. Os recursos financeiros para a execução de suas atividades provêm de taxa associativa, doações e eventos promovidos pelos familiares associados. Para mais informações, acesse o site https://abracidf.com/

Fontes: Ascom ImagineAcredite com apoio da ABRACI DF

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