Célio Barbosa defende união das ações de saúde mental com as comunidades terapêuticas

Nesta semana, o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Zasso Pigatto, visitou a comunidade terapêutica Luz e Vida, da Fazenda da Paz. Na oportunidade, ele esteve acompanhado do Célio Barbosa, que além de ser o fundador da obra é o presidente da Federação do Norte e Nordeste de Comunidades Terapêuticas (Fennoct).

Na oportunidade, Pigatto, que já sofreu com problemas relacionados ao uso de álcool e drogas, expressou a importância da sua primeira visita a uma comunidade terapêutica. Segundo ele, o debate em torno das CTs é muito polêmico e que, por isso, não pode ser debatido de qualquer forma. “Porque a gente só pode falar daquilo que a gente conhece”, salientou.

Ele ainda destacou que sua visita foi fruto de um convite da direção da Fazenda da Paz, que já recebeu autoridades como o governador Wellington Dias e que a ideia do ato foi conhecer o trabalho da CT para levar a discussão experiências positivas e negativas sobre o tema da drogadição no Brasil no CNS.

“A gente precisa saber que em qualquer lugar do mundo há experiências boas e ruins em várias áreas. Eu tenho aprendido que a gente precisa estar aberto a conversar, dialogar, conhecer, aprender e criticar quando é necessário, mas a gente não pode falar daquilo que a gente não conhece. Eu tenho uma vivência, assim como todos nós, e tive problemas com álcool e drogas e estou vivendo uma vida diferente e, portanto, experiências que vivenciam essa situação que é o fundo do poço como a gente fala é importante conhecer”, comentou.

Diante disso, o Célio Barbosa afirmou que as Comunidades Terapêuticas vivem um novo momento, apesar das dificuldades cotidianas que são inerentes ao serviço. No entanto, devido às opiniões contrárias da Medicina, que defende a redução de danos, Célio solicitou que o mesmo fosse uma ponte entre a Saúde Mental e as Comunidades Terapêuticas, a fim de que estas passem a serem respeitadas pelos conselhos e entidades ligadas à Medicina.

“O nosso desejo é um dia sentar com a Saúde Mental e mostrar que o trabalho dos CAPs com a Comunidade Terapêutica deve estar andando de mãos dadas, porque são filosofias que unidas melhoram o resultado do acolhimento do dependente químico”, argumentou o presidente da Fennoct que, como resposta, obteve um aceno positivo do presidente do CNS.

Cabe destacar que a intenção do Célio é também o pensamento do governo federal. Tanto é que o Dr. Quirino Cordeiro Jr., Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (SENAPRED) do Ministério da Cidadania, constantemente relembra que, atualmente, o país possui políticas que oficializam esse alinhamento. Elas estão representadas pela Nova Política Nacional de Saúde Mental e pela Nova Política Nacional Sobre Drogas, que reconhecem a importância das CTs e da promoção da abstinência como método para recuperar os indivíduos da toxicodependência.

Por Sérgio Botelho Júnior

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