No dia 8 de janeiro de 2025, o Palácio do Planalto e a Praça dos Três Poderes foram palco de eventos que destacaram a importância da defesa da democracia e do respeito às instituições no Brasil. As cerimônias ocorreram dois anos após os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram alvo de atos de vandalismo.
“Se estamos aqui, é porque a democracia venceu. A Democracia para poucos não é democracia plena. Por isso, será sempre uma obra em construção. A democracia será plena quando todas e todos os brasileiros, sem exceção, tiverem acesso à alimentação de qualidade, saúde, educação, segurança, cultura e lazer”, afirmou o presidente Lula durante o ato Democracia Fortalecida, realizado no Palácio do Planalto.
As atividades iniciaram às 9h30, na Sala de Audiências do Palácio do Planalto, com a reintegração de obras de arte restauradas. Entre elas, destacaram-se um relógio do século XVII, restaurado na Suíça sem custos para o governo brasileiro, e uma ânfora de valor Histórico. Além disso, foi comunicada a conclusão do restauro de 21 obras no Palácio da Alvorada.
Às 10h30, no terceiro andar do Palácio, ocorreu o descerramento da obra “As Mulatas”, de Di Cavalcanti. Na ocasião, cinco alunos do Projeto de Educação Patrimonial entregaram ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva réplicas da ânfora e da referida obra, simbolizando a preservação do patrimônio cultural brasileiro.
Posteriormente, às 11h, no Salão Nobre do Palácio do Planalto, realizou-se uma cerimônia com a presença de autoridades dos Três Poderes, integrantes do Ministério da Cultura, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e da Embaixada da Suíça, além de representantes de movimentos sociais.
“Essa realidade precisa ser contada, reavivada às mentes, principalmente daqueles que ainda ousam dizer que prefeririam os arbítrios a conviver com democracia. Precisamos demonstrar que viver com liberdade de imprensa e conviver com a contestação é muito melhor do que sob o manto de quaisquer ditaduras”, destacou o senador Veneziano Vital do Rêgo, presidente em exercício do Senado.
“Nós estamos aqui, hoje, celebrando a vitória da democracia, contra todos aqueles que produziram atos anti-institucionais, autoritários. A democracia brasileira segue firme e segue fortalecida. Sem democracia, não tem Direitos Humanos, não tem direito e dignidade para ninguém. Por isso é que, hoje, o povo veio para a rua; e nós estamos aqui para reafirmar a força da nossa democracia e dos Direitos Humanos no nosso país”, enfatizou a ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo.
O ministro em exercício do Supremo Tribunal Federal, Edson Fachin, leu um texto enviado pelo presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, que reiterou valores da instituição. “Nós, ministros do STF, sabemos que existimos na democracia, vivemos pela democracia e da democracia jamais desistiremos. Precisamos lembrar do que aconteceu para que não se repita, para que as novas gerações não esqueçam das dores de uma ditadura e dos males que o autoritarismo traz”, completou.
Representando o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, a deputada federal Maria do Rosário ressaltou que a democracia exige não apenas defesa de instituições, mas combate ativo à intolerância. “Nós, no âmbito dos nossos poderes, que vivem sempre contradições pela pluralidade que os caracteriza no ambiente democrático, não podemos ser tolerantes com intolerantes. Não podemos homenagear o fascismo, o ódio político. Precisamos aprender com a história”.
“Cada ameaça contra o regime democrático deve ser um lembrete do valor inestimável do que ele representa e da importância da luta cotidiana de todos nós para a sua preservação”, disse ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, ex-ministro do STF.
Após a cerimônia, o presidente Lula, acompanhado de autoridades, desceu a rampa do Palácio do Planalto em direção à Praça dos Três Poderes para participar do “Abraço da Democracia”. Este ato simbólico contou com a presença de cidadãos e teve como objetivo reforçar o compromisso coletivo com a democracia e o respeito às instituições nacionais.
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
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