No próximo dia 5 de novembro, a população dos Estados Unidos da América (EUA) irá às urnas para escolher o próximo ou a próxima ocupante da Casa Branca. Neste cenário, o país segue dividido e com um futuro incerto.
As incertezas iniciais partem das pesquisas eleitorais que apontam um empate técnico dentro da margem de erro entre a vice-presidente Kamala Harris (Democrata) e o ex-presidente Donald Trump (Republicano). O The New York Times aponta Harris com 49% e Trump com 48%, o deixa claro que o pleito será definido voto a voto.
Contudo, nos EUA, vantagem em pesquisas não indica o vencedor. É que o presidente é eleito através de um Colégio Eleitoral, no qual o candidato mais votado de um estado leva todos os delegados da área, mesmo que ele vença por apenas um voto de diferença. Além disso, nem sempre o candidato mais votado em todo o país pelo voto popular é o eleito. Em 2016, por exemplo, Donald Trump recebeu 3 milhões de votos a menos que Hillary Clinton, mas venceu na soma de delegados.
Para ser eleito, o presidente precisa conquistar 270 dos 538 delegados. Por conta disso e do acirramento eleitoral entre os dois candidatos com ideias bem diferentes, estudos apontam que os chamados estados-chave devem dar um ponto final na disputa.
Neste ano, são considerados estados-chave: Arizona, Carolina do Norte, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin. Juntos eles somam 93 delegados. Estudos do Portal FiveThirtyEight e The New York Times apontam Harris na frente em quatro deles, enquanto outro levantamento da The Economist indica Trump a frente em cinco deles e com 55% de chances de vitória, o maior indicativo desde agosto.
Dois caminhos e uma escolha
Diante de tantas incertezas, há de se esperar – como já está ocorrendo – um endurecimento dos discursos para convencer os eleitores a comparecerem às urnas para escolherem uma das duas opções bem distintas. Nos EUA, o voto não é obrigatório, mas o seu resultado tem implicações em todo o mundo, principalmente na América Latina.
Na economia, Trump promete ser mais protecionista, o que implica em taxações a produtos fabricados fora dos Estados Unidos. Além disso, especialistas apontam que sua instabilidade é imprevisibilidade pode prejudicar os negócios. Com Kamala, por outro lado, nada deve mudar no atual cenário comercial.
No quesito migração, Trump pretende executar um massivo programa de deportação, como já anunciou em seus comícios; enquanto Kamala se apresenta de forma menos draconiana, tendendo a legalizar os ‘dreamers’ [imigrantes ilegais que foram levados aos EUA quando crianças]. Em segurança, combate ao tráfico de drogas e saúde, medidas mais duras também são esperadas do candidato republicano.
Por outro lado, especialistas apontam que a eleição de Trump representa um grande risco para a estabilidade democrática, não apenas nos Estados Unidos, mas na região, devido a sua pretensão de ser um líder autoritário e pelo fato de estar aliado a líderes autoritários fora dos EUA. A Invasão ao Capitólio, motivada por ele quando da sua derrota para Biden, ainda vive na memória dos norte-americanos, sem contar com o fato de que ele nunca demonstrou interesse de promover a democracia e resolver crises diplomáticas. Este último fator permitiu a China e Rússia ampliarem suas áreas de influência.
Por fim, Trump é um negacionista quando o assunto é mudanças climáticas, enquanto Harris já defendeu a importância de que toda a região combata as mudanças climáticas e proteja a floresta amazônica.
Foto: Reprodução/CNN