Passados quase um ano da instituição da nova Política Nacional Sobre Drogas, o Portal Imagineacredite buscou as federações que lidam com a dependência química, sobretudo em comunidades terapêuticas, para saber de que forma eles têm avaliado a condução desta política pelo governo federal.
Neste sentido, a Federação das Comunidades Terapêuticas Evangélicas do Brasil (FETEB), aqui representado pelo Edson Passos, assessor de expansão da FETEB e vice-presidente da Confenact, faz uma avaliação “excelente” da nova Política Nacional Sobre Drogas. Uma vez que, para o órgão, ela contempla tudo o que ao longo dos últimos 51 anos de acolhimento e tratamento do dependente químico por parte das CTs fora atendido.
“Ela corrige muitas distorções em relação à prioridade, diretrizes, encaminhamentos e serviços mais abrangentes, reconhecendo as Comunidades Terapêuticas como um serviço de qualidade a mais à disposição da população presente em praticamente todo território brasileiro”, acrescenta.
Por falar em mudança de foco, a FETEB disse que aprova a mudança de foco de promoção da redução de danos para a abstinência. “É certo que a prioridade deve ser dada ao usuário que deseja primeiramente parar de usar e caso não consiga, ainda ter outras opções como serviços de redução de danos para auxiliar. Pois percebemos que quando alguém desejava realmente parar e era direcionado a uma proposta de substituição ou redução do uso, dificilmente alcançava essa meta. Uma vez que ele perdia uma oportunidade, às vezes única, dele experimentar a abstinência como um meio de recuperação e de consequentemente ter a dependência química como um episódio superado na trajetória de sua vida”, destaca.
Outro ponto que de acordo com a FETEB foi crucial foi o financiamento de vagas em CTs pelo governo federal. Segundo a Federação, essa medida permitiu as entidades do terceiro setor melhores condições para executar as etapas dos processos de tratamento e recuperação do dependente químico, “demonstrando respeito às CTs que passam a confiar neste novo governo por diversas ações que este vem propondo, promovendo e executando, não só em termos de investimento econômico, mas também do investimento em recursos humanos quando reconhece os grupos de apoio, profissionais, técnicos e voluntários, os movimentos sociais, especialmente os que atendem as famílias, onde a causa e resolução da problemática da drogadição acontece de fato”.
Diante de tais fatos, a FETEB afirmou que tem exercido “Neste novo contexto legal, com a nova PNAD, a responsabilidade aumenta e as federações têm um papel primordial de auxiliar a organização institucional, técnica, ética e de gestão das CTs em todo o país, através especialmente dos cursos de formação e capacitação dos profissionais e colaboradores, representações, articulações e especialmente no alinhamento das políticas em suas esferas de poder, promovendo o debate com a sociedade em ações que envolvem a discussão do tema Enfrentamento a Drogadição, assim como o acompanhamento, a defesa e a integração das CTs nos seus respectivos territórios em todos os municípios”.
Além disso, a mencionada Federação destacou que o reconhecimento e os investimentos federais têm proporcionado um salto de qualidade nos cursos oferecidos pelas federações, visando a qualificação dos serviços, das equipes, da assistência aos acolhidos e na gestão institucional das CTs. “Nos eventos cada vez mais abrangentes como os encontros nacionais e internacionais, seminários, fóruns, simpósios, e audiências públicas notamos a posição unânime do segmento contra a liberação das drogas no Brasil”, conclui.
Por Sérgio Botêlho Júnior