Passados quase um ano da instituição da nova Política Nacional Sobre Drogas, o Portal Imagineacredite buscou algumas federações que lidam com a dependência química, sobretudo em comunidades terapêuticas, para saber de que forma eles têm avaliado a condução desta política pelo governo federal.
Para Denise Ferreira Souza Ribeiro, Presidente Executiva da Federação Nacional de Comunidades Terapêuticas Católicas e Instituições Afins e Coordenadora Nacional da Pastoral da Sobriedade, a nova Política Nacional Sobre Drogas foi um “Grande avanço para nosso país, pois definitivamente reconhece e legitima um trabalho que é sério e eficaz, no qual tem ajudado muitas famílias”.
Para ela, um dos grandes avanços foi à promoção da abstinência como objetivo fim do tratamento de dependentes químicos e não mais a redução de danos. “Todos os serviços são necessários quando se trata com a questão da dependência química. Em algum momento, a redução de danos pode entrar como um mecanismo ou ferramenta para que a abstinência seja alcançada, mas ela não pode ser o objetivo final, porque dessa maneira acredito que a reabilitação se torna vulnerável”, argumenta.
Além disso, ela destacou que os investimentos desencadeados pelo governo federal têm implicado em mais investimentos e consequentemente na melhoria do serviço, do atendimento e dos resultados obtidos pelas comunidades terapêuticas. Diante disso, ela destacou que essas entidades têm buscado se adequar a essa nova realidade, a fim de promover um ambiente favorável ao tratamento.
E é justamente neste quesito que a presidente destaca que as federações ganharam ainda mais importância no processo de capacitação e formação dos agentes e CTs. “Se tornou uma caminhada de maior compromisso e responsabilidade. O papel das Federações é poder dar suporte técnico às CTs, orientar, acompanhar, fazendo com que o voluntarismo não seja confundido com amadorismo. Estamos lidando com vidas e é fundamental buscar conhecimento para colaborar para com a recuperação do indivíduo em tratamento”, diz.
Por fim, ela acrescentou que, devido a nova PNAD, “Cada Comunidade Terapêutica que atua de forma responsável, vem crescendo nesse conceito de especialização e busca de conhecimento para que serviço seja de qualidade, alcançando o efeito esperado. [Com isso] Cresce o trabalho das federações que de fato tem esse papel importante para o desenvolvimento das ações das quais elas foram criadas”, completa.
A FNCTC trabalha há 20 anos com o apoio e divulgação das Comunidades Terapêuticas católicas no Brasil, propondo a implantação do Programa de Vida Nova, que são os 12 passos da Pastoral da Sobriedade. Ela também, de forma concreta, acompanha e dá suporte a mais de 1200 grupos de autoajuda da Pastoral da Sobriedade espalhados nas Paróquias e comunidades. A Federação acredita que “é de suma importância que o indivíduo ao término do seu tratamento em uma Comunidade Terapêutica, possa encontrar um ambiente seguro fora dela para manter sua sobriedade, trocar experiências, e compartilhar sentimentos”.
Por Sérgio Botêlho Júnior