Entre os dias 22 e 24 deste mês, o Ministério da Cidadania, com o apoio da Embaixada dos Estados Unidos e da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizou uma capacitação em Brasília-DF. A iniciativa reuniu dezenas de líderes de entidades do terceiro setor, para discutir a construção de políticas públicas sobre álcool e outras drogas no Brasil.
Na ocasião, liderando a representação da Cruz Azul no Brasil, estava Egon Schluter, secretário geral da entidade, que confidenciou ao Portal Imagineacredite que o evento ocorreu num momento mais do que oportuno para o país. “Estamos numa nova fase que é fruto de uma luta histórica de mais de 20 anos, então é um momento bem oportuno de estarmos com a política brasileira alinhada com os acordos internacionais, onde a UNODC tem essa atribuição de em nível mundial fazer essa capacitação”, argumentou.
Sendo assim, ele lembrou que atualmente o maior desafio das políticas públicas no Brasil é garantir o alinhamento nacional da legislação, haja vista que muitos Estados e Municípios estão criando suas próprias legislações. “Estão surgindo legislações em Estados e Municípios que não estão alinhadas com a política nacional. Então esse é um trabalho que a gente tem pela frente e também como temos a nova política sobre drogas, muitas portarias do Ministério da Saúde precisam ser alteradas para que tenhamos uma legislação única e em todos os ministérios do governo federal”, observou.
Apesar das dificuldades, Egon destacou que, para a Cruz Azul, o momento mais marcante do curso promovido em parceria com as Nações Unidas foi à indicação de que a instituição deve continuar a realizar trabalhos baseados nas evidências científicas, além de investir na avaliação dos resultados obtidos em seus trabalhos. “Então nós temos que evidenciar que tem resultados e ficou mais claro ainda que precisamos investir na avaliação, porque mostramos evidência que nosso trabalho produz resultados na prevenção, no tratamento e no acolhimento”, justificou.
Segundo o Ministério da Cidadania, o curso seguiu o manual de treinamento do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime para formuladores de políticas. “A iniciativa é fundamentada em dados científicos em relação ao uso de substâncias psicoativas, além de trazer experiências, ferramentas e legislações aplicadas em outros países sobre o tema”, destacou o órgão.
Diante disso, o Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania, Quirino Cordeiro, ressaltou a necessidade da organização internacional compartilhar o treinamento com os gestores federais e estaduais para reforçar e alinhar as ações em todo o País. “É um momento importante para que possamos estar com os gestores locais sobre drogas, discutindo ações que possamos executar em conjunto. Esse é um momento crucial para nós porque abrimos de fato uma agenda internacional de colaboração do governo brasileiro com agências internacionais”, apontou o secretário.
Já a coordenadora de Programas Globais de Tratamento para Dependentes Químicos do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, Elizabeth Saenz, frisou que o objetivo do organismo internacional mencionado “é acompanhar os governos no sentido de proteger a vida dos seres humanos, proteger os direitos das pessoas que estão afetadas pela dependência das drogas ou são vulneráveis a desenvolver um problema pelo uso das substâncias”.
Por Sérgio Botêlho Júnior