Na última sexta-feira, 04, a Casa do Menor São Miguel Arcanjo em parceria com o Fórum Grita Baixada, Visão Mundial e igrejas locais promoveu um ato em favor da vida. A ação ocorreu no bairro carioca de Miguel Couto e foi realizada com o objetivo de promover a paz na região. Segundo informações obtidas pelo Portal Imagineacredite, a medida foi resultado das 11 mortes de adolescentes registradas nos últimos 15 dias na periferia do Rio de Janeiro. Deste total, três vítimas foram de ex-alunos de cursos profissionalizantes da Casa do Menor São Miguel Arcanjo.
“Não se resolve violência com mais violência e nem com tirania, se resolve violência com política pública efetiva na área de segurança”, frisou a Casa do Menor ao Imagineacredite. Além disso, a instituição lembrou que o ato contou com a adesão de mais de 60 pessoas, que percorreram as principais ruas do bairro visando conscientizar a população, os conselheiros tutelares e os governos sobre a promoção da cultura de paz.
“Foi um ato muito bonito em favor da vida. Éramos em cerca de 60 a 70 pessoas engajadas com esse desejo no coração de gritar “Parem de nos matar! Nós queremos viver, queremos ter a oportunidade de sonhar”, e a Casa do Menor representa um ambiente fértil para os jovens sonharem. Esse ato também falou muito do direito da criança e do adolescente a vida, a educação, e a profissionalização”, completou a instituição.
O ato também foi o cumprimento de um compromisso firmado pela Casa do Menor, por meio do Padre Renato Chiera, fundador da obra, que no último dia 30 de setembro afirmou que a instituição não iria fechar os olhos para os atos de violência cometidos contra as crianças e adolescentes do Brasil.
“Declaramos guerra aos nossos filhos para eliminar a violência. É um discurso diabólico! Mas aceitamos como danos colaterais necessários para dar segurança. Nem no colo da mãe nossos filhos estão protegidos. Uma bala pode alvejá-lo na rua, na escola ou em casa. A civilização e um país se medem pela atenção que damos aos nossos filhos, presente e futuro da nação. Qual o julgamento nossos filhos farão de nós, adultos, que não cuidamos, não amamos, não damos futuro e matamos?”, argumentou Chiera.
Vale lembrar que a Casa do Menor São Miguel Arcanjo surgiu há 33 anos com o objetivo de levar amor, esperança e perspectiva de futuro aos menores em situação de vulnerabilidade social que residiam na Baixada Fluminense. Tanto é que ela foi uma resposta ao assassinato de alguns jovens em frente a paróquia local, comandada pelo padre Chiera.
Sendo assim, atualmente a instituição assiste há mais de um mil jovens nos estados do Rio de Janeiro, Paraíba e Ceará ofertando cursos profissionalizantes e atividades socioeducativas. Uma vez que atua nos campos da prevenção à violência e as drogas, bem como da promoção da vida daqueles que vivem em situação de vulnerabilidade social.
“Somos um território de resistência a favor da vida para todas as pessoas, independentemente de qualquer coisa, pois nosso partido político é a vida”, encerrou a instituição ao Imagineacredite.
Por Sérgio Botêlho Júnior