Em entrevista ao Portal Imagineacredite, Maurício Bovo, presidente do Grupo Esperança Viva (GEV), que desenvolve o trabalho de mútua ajuda na Fazenda da Esperança, comemorou o novo momento vivido por todos os entes que trabalham para combater a dependência química no Brasil. Uma vez que a nova Política Nacional Sobre Drogas do Governo Federal reconhece uma diversidade de órgãos, colocando-os como protagonistas na luta do combate, resgate, prevenção e reinserção social dos atingidos pelo flagelo das drogas.
Entre as medidas comemoradas pelo presidente do GEV, estava o anúncio do Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas, Quirino Cordeiro, do lançamento de um edital para financiamento de vagas em grupos de mútua ajuda, como o GEV, Amor Exigente e afins. “As medidas que estão sendo tomadas pelo atual governo demonstram a confiança que eles depositam em trabalhos sérios, e nos estimula a continuar trabalhando para que mais pessoas possam encontrar o caminho da sobriedade”, comentou.
Maurício Bovo disse também que o gesto do governo Bolsonaro permitirá que uma quantidade muito maior de pessoas possa conhecer e fazer uso dos grupos de mútua ajuda. “Esperamos que através deste apoio do novo governo, o trabalho do GEV e demais grupos de mútua ajuda possam ser mais difundidos para o bem comum da nossa população que tanto sofre com a problemática das drogas hoje em dia, principalmente na área de prevenção, importantíssima para o combate da disseminação das drogas ainda na fase infantil e juvenil”, acrescentou.
Ainda na entrevista, o presidente do GEV lembrou que os grupos de mútua ajuda estão vivendo um novo momento. Segundo ele, no caso do Grupo Esperança Viva, este passou a ter uma relação direta com o novo governo além daquela já existente com a Fazenda da Esperança. “As ações se davam sempre no relacionamento entre os governos e as comunidades. Se inicia agora uma nova experiência que esperamos que seja bem aproveitada e promissora”, disse.
O GEV O Grupo Esperança Viva surgiu no Brasil no ano 2000, após experiências do Nelson Giovanelli, fundador da Fazenda da Esperança, enquanto estudava no Rio Grande do Sul. A obra nasceu sem qualquer planejamento, pois foi resultado e inspirado nos encontros que Giovanelli promovia nos finais de semana com os acolhidos nas fazendas que são carinhosamente chamados de “Es”, de Esperança.
“O que motivava Nelson a ir ao encontro deles era o desejo de saber como estavam, de escutá-los e trocar as experiências vividas do Evangelho nas suas realidades fora da fazenda, ou seja, manter viva a chama de Esperança que haviam encontrado no período de acolhimento dentro das Fazendas. Esses encontros foram ganhando estrutura, e Dom Dino Marchió, então Bispo de Pesqueira/PE, sonhou com um grupo que se encontrava e se chamava “Esperança Viva””, relembra Bovo.
Com o apoio do Bispo, o grupo se estendeu e fez morada em todos os estados brasileiros. Tanto é que atualmente há 180 grupos no Brasil e somados a outros 90 grupos no mundo afora, distribuídos em 14 países. Em sua metodologia, o GEV promove reuniões abertas a todos que desejam conhecer e viver a mesma espiritualidade da Fazenda da Esperança.
“Voluntários, ex-dependentes e seus familiares, todos podem participar! É um grupo católico, mas aberto a todas as pessoas de outras igrejas cristãs, e outras religiões ou que não possuem convicções religiosas. É um grupo onde também as pessoas buscam a sobriedade através da participação nas reuniões semanais assumindo o estilo de vida proposto pela vivência do evangelho, que é o primeiro e principal objetivo do GEV, bem como a comunhão das experiências vividas sob sua Luz”, detalha Maurício. Diante disso, o GEV tem proporcionado a muitas famílias o encontro do apoio que necessitam para conduzir de forma plena e serena a sua vida perante a drogadição de um filho ou parente.
Por Sérgio Botêlho Júnior