BNDES anuncia financiamento de R$ 6,4 bilhões para modernizar 605 quilômetros de rodovias no Paraná

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um financiamento de R$ 6,4 bilhões para modernização de 605 quilômetros de rodovias no Paraná. Deste montante, R$ 829 milhões serão repassados diretamente, enquanto R$ 5,55 bilhões serão obtidos por meio da emissão de debêntures pela concessionária EPR Litoral Pioneiro, responsável pela administração do trecho que interliga o litoral, a região dos Campos Gerais e o Norte Pioneiro. O anúncio foi realizado hoje (29) no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou o volume de recursos destinados ao setor rodoviário e afirmou que o banco nunca havia liberado tantos investimentos para esse tipo de infraestrutura. Ele ressaltou que, em 2024, foram aprovados R$ 23 bilhões, classificando esse montante como o maior já registrado nos 72 anos de atuação do banco. “É um recorde histórico, mais um grande recorde do governo do presidente Lula”, declarou.

O investimento faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e deve beneficiar aproximadamente 2,4 milhões de habitantes em 27 municípios. Além disso, as melhorias nas rodovias devem fortalecer o escoamento da produção agroindustrial que passa pelo Porto de Paranaguá, especialmente por meio da BR-227/PR, que recebe mais de 20 milhões de veículos por ano. O contrato prevê redução de 31% no valor do pedágio em relação à concessão anterior. A expectativa é que sejam gerados 105 mil empregos diretos e indiretos durante os 30 anos de vigência do contrato, sendo 45 mil nos primeiros cinco anos, contribuindo para o aumento da arrecadação municipal e investimentos em setores como educação, saúde e segurança.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que esse será o maior volume de investimentos destinados à malha rodoviária do Paraná. Ele mencionou a importância econômica do estado, destacando sua força na agricultura e na indústria, e pontuou que as novas obras permitirão que a infraestrutura local acompanhe as demandas logísticas de um país de grandes dimensões como o Brasil.

As intervenções planejadas incluem a duplicação de mais de 350 quilômetros de rodovias, a construção de 138 quilômetros de faixas adicionais e a implementação de 73 quilômetros de vias marginais. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), espera-se que essas melhorias resultem em uma redução de 40% no número de acidentes. Além disso, o programa prevê descontos de até 75% nas tarifas de pedágio para motoristas de veículos leves que utilizarem o sistema de Desconto para o Usuário Frequente (DUF).

Durante os 30 anos da concessão, estão previstos investimentos totais de R$ 16 bilhões. Desse montante, R$ 10,5 bilhões serão destinados à ampliação e modernização das estradas, enquanto R$ 5,5 bilhões serão aplicados na manutenção da malha viária. O trecho concedido engloba rodovias federais, como a BR-153, BR-277 e BR-369, além de vias estaduais que conectam a Região Metropolitana de Curitiba ao litoral e ao Porto de Paranaguá, facilitando o transporte de cargas agrícolas.

Mercadante enfatizou que as obras incluem a construção de três pistas, a modernização da iluminação com tecnologia LED, a instalação de Wi-Fi e câmeras de vigilância, além da criação de postos de atendimento para caminhoneiros. Ele ressaltou a importância da melhoria logística para a competitividade do Porto de Paranaguá, um ponto estratégico para a exportação de grãos não apenas do Paraná, mas também de estados como Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás. “Esse modelo de financiamento que nós estamos fazendo é muito inovador”, afirmou.

O contrato de concessão também prevê serviços de atendimento 24 horas para emergências médicas e mecânicas, além da reestruturação das operações viárias no Porto de Paranaguá. O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que a movimentação no porto atingiu quase 40 milhões de toneladas em 2023 e 2024 e que as melhorias nas rodovias devem ampliar ainda mais a capacidade de escoamento da produção agrícola brasileira. Ele mencionou ainda que, em 2025, os portos do país registraram crescimento superior a 5%, com um aumento de mais de 7% na movimentação de cargas nos terminais públicos, alcançando um recorde no volume de contêineres transportados.

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