Na última terça-feira (5), a federação PSDB-Cidadania, o PSB e o PDT declararam apoio a candidatura do líder do Republicanos, deputado federal Hugo Motta (PB), à Presidência da Câmara dos Deputados. Os anúncios ocorreram após a desistência do líder do União Brasil, Elmar Nascimento (BA), que não conseguiu se sobressair diante do fortalecimento do deputado paraibano.
Em sua fala, o líder do PSDB, deputado Adolfo Viana (BA), destacou as qualidades de Motta para suceder o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). “Eu tive a oportunidade de conviver com o deputado Hugo Motta por dois anos no colégio de líderes e posso atestar que é um deputado qualificado, capaz de construir convergências. Eu queria lhe dizer que nós estamos ao seu lado para lhe ver presidente”, disse o tucano.
O PSB, por sua vez, teve o seu apoio declarado com a presença do prefeito de Recife, João Campos, que destacou a proximidade de Hugo com a sigla, bem como a capacidade do mesmo de construir a convergência e fortalecer as bancadas. “Eu não tenho nenhuma dúvida de que vai ser uma eleição quase de aclamação, de construção política e de fortalecimento do parlamento. Fui deputado com Hugo, conheço Hugo e sei da capacidade dele. Fico muito feliz de ver o nosso partido aqui de forma unanime, através da bancada, declarando apoio ao futuro presidente da Câmara dos Deputados”, declarou o prefeito que é vice-presidente nacional da sigla.
Na sede do PDT na Câmara, o líder Afonso Motta (RS) lembrou que a bancada havia aprovado o indicativo para apoiar a candidatura de Elmar Nascimento, mas que a desistência do último despertou, em seus correligionários, o sentimento de apoiar a indicação feita pelo presidente Arthur Lira. “Decidimos, por unanimidade, o apoio ao deputado Hugo Motta”, frisou o parlamentar. Tudo foi acompanhado pelo presidente do PDT e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.
“Nós estamos diante de uma linha de coerência. Nós julgamos que o trabalho do presidente Lira tem sido muito eficaz, um trabalho que ele criou de autodeterminação da Câmara, sempre buscando a conciliação, sempre buscando o diálogo e, como já falou Afonso Motta, nós tínhamos um indicativo pro Elmar, mas esse assunto evoluiu. O Hugo é um articulador nato, quase uma unanimidade na Câmara e é impressionante como ele consegue entrar em todas as salas e não precisar abrir as portas, porque elas já estão abertas para ele”, enfatizou o presidente do PDT.
Já o líder da Maioria na Câmara e presidente em exercício do PDT, André Figueiredo (CE), reafirmou a confiança do partido na continuidade da gestão Arthur Lira em Hugo Motta. “Temos absoluta convicção de que apesar de não termos necessariamente convergências ideológicas, assim como não tínhamos com o Arthur, temos acima de tudo a pauta da defesa da democracia, de um parlamento forte e da responsabilidade que Hugo adquiriu nesses quatro mandatos que tem a frente. Tenho certeza que teremos anos desafiadores, mas a convicção de que na liderança do Hugo teremos um parlamento sempre forte. Não podemos dar mais passo para trás, o parlamento adquiriu uma respeitabilidade por conta dos últimos quatro anos, notadamente, e eu tenho certeza que ele dará continuidade”, salientou.
Após as falas, o deputado Hugo Motta elogiou o perfil da bancada do PDT. “Um partido que tem uma história muito bonita no nosso país, que defende as causas sociais, tem toda uma condição pela valorosa bancada que tem para poder nos ajudar na condução da Casa”, disse o favorito para suceder Arthur Lira na Presidência da Câmara dos Deputados.
Eleição ou aclamação?
Com as últimas adesões e um adversário a menos, a candidatura de Hugo Motta agora conta com o apoio dos partidos: PL, PT, PP, Republicanos, MDB, PDT, Podemos, PSB, PSDB, PC do B, e Cidadania. Juntos, eles somam 373 dos 513 deputados federais, sendo que bastam 257 votos para ser eleito.
Além disso, informações dão conta que o AVANTE, Solidariedade e PRD, que juntos possuem 17 deputados, também devem acompanhar a candidatura de Hugo Motta. Outro fator que tem potencializado o nome do paraibano na disputa é o presidente da Câmara, Arthur Lira, que tem participado de reuniões e articulado junto ao seu candidato visando a vitória do mesmo em fevereiro.
É importante frisar que o voto para presidente da Câmara é secreto e individual, o que não garante a adesão automática de cada integrante do partido.
PSD se mantém na disputa
Mesmo com a força da candidatura do líder do Republicanos, o PSD decidiu, após reunião de bancada realizada na última terça-feira, 5, manter a candidatura do líder do partido, Antonio Brito (BA), para a presidência da Casa e iniciar um diálogo com Lira e Motta sobre os espaços que a sigla terá na Casa.