Comandante Hamilton reflete sobre desafios aéreos durante coberturas marcantes

Ao longo de sua carreira como piloto e repórter aéreo, o Comandante Hamilton presenciou uma série de momentos desafiadores, tanto tecnicamente quanto emocionalmente. Cobrir eventos como grandes acidentes, perseguições, enchentes e desastres naturais do alto exige muito mais do que habilidade na pilotagem. Segundo ele, o controle do helicóptero é apenas uma parte do trabalho. O maior desafio está em garantir a precisão da informação transmitida ao público em meio a situações imprevisíveis, muitas vezes caóticas.

Entre os eventos que mais marcaram sua trajetória estão perseguições policiais de alta velocidade, incêndios de grandes proporções e enchentes devastadoras em áreas urbanas. Hamilton lembra que em muitos desses casos, o tempo de resposta é crucial, tanto para a segurança das pessoas no local quanto para a relevância da notícia. O fator visual de sua cobertura acrescenta uma camada de responsabilidade, uma vez que as imagens ao vivo têm um impacto imediato sobre a audiência.

Além disso, ele destaca que as condições climáticas frequentemente representam desafios imprevistos. Em momentos de crise, como durante a cobertura de um deslizamento de terra, a visibilidade reduzida e as condições adversas do tempo podem colocar em risco tanto a segurança da equipe quanto a qualidade da reportagem. A tensão de transmitir com precisão enquanto se mantém no ar é um dos aspectos mais desafiadores dessa profissão.

Esses eventos exigem uma preparação mental constante. Para Hamilton, a experiência adquirida ao longo dos anos contribuiu para o controle da pressão, mas ele admite que a imprevisibilidade dos acontecimentos sempre apresenta novos desafios. Estar no local certo, no momento certo, e conseguir captar a dimensão do que está acontecendo são as maiores responsabilidades de seu trabalho.

“Principalmente em São Paulo, no centro, a perseguição é sempre rápida. Já temos um desenvolvimento do fato, principalmente quando é factual, acompanhando ao vivo, Agora, quando é uma calamidade, um enchente, você fica mais tenso, acompanhando, tirando ritmos, ainda mais quando envolve crianças, aí você sente mais, porque eu sou pai. Não tem como não sentir também a dor da família que tem uma perda, um sofrimento dramático”, descreve o Comandante Hamilton em entrevista exclusiva ao jornalista Sérgio Botelho Júnior.

Lidando com a pressão

Transmitir notícias ao vivo, especialmente em situações de risco, é uma das partes mais complexas do trabalho do Comandante Hamilton. A pressão de fornecer informações precisas e relevantes em tempo real, enquanto gerencia a segurança do voo, exige uma capacidade extraordinária de concentração e controle emocional. Para ele, a preparação técnica é essencial, mas o controle da ansiedade é igualmente importante.

Durante uma perseguição policial, por exemplo, Hamilton conta que a tensão no ar é palpável. O piloto não só precisa manter a estabilidade do helicóptero, mas também entender o cenário abaixo de forma clara e rápida. O ritmo acelerado da ação impõe um senso de urgência, mas ele ressalta que, mesmo sob essas condições, a calma e a objetividade são cruciais para não comprometer a qualidade da transmissão.

Outro aspecto que Hamilton enfatiza é a comunicação com a equipe de solo e com o público. Enquanto os olhos de milhões de espectadores estão voltados para as imagens captadas do alto, ele precisa encontrar um equilíbrio entre narrar os fatos de forma precisa e evitar alarmismo. Em desastres naturais, como enchentes e incêndios, a situação pode se agravar a qualquer momento, e a responsabilidade de informar corretamente pesa ainda mais.

“Eu tenho comigo que a segurança da aeronave é a mais importante. Então, eu faço a checagem primeiro da aeronave, depois eu faço a notícia. Esse é o critério sempre. Quando eu aciono a aeronave, por mais pressa que tenha, eu a espero ficar tudo prontinho e sair. Se eu for sair e tiver algum problema na aeronave, eu não faço a notícia”, explica o Comandante Hamilton.

Aprendizados de uma carreira entre o céu e a notícia

Para o Comandante Hamilton, sua longa trajetória como piloto e repórter aéreo foi marcada por inúmeros aprendizados. Tanto na aviação quanto no jornalismo, ele acredita que o mais importante é manter uma postura de constante evolução e estar sempre aberto a novas experiências. Cada voo, cada cobertura representa uma oportunidade de aprendizado, seja em relação à técnica de pilotagem ou à maneira de transmitir informações ao público.

No campo da aviação, ele destaca a importância de nunca subestimar os desafios do ambiente aéreo. A segurança, para ele, está sempre em primeiro lugar. Hamilton explica que, ao longo dos anos, aprendeu a importância de uma preparação meticulosa antes de cada voo, além de desenvolver uma capacidade de adaptação rápida às condições climáticas e aos imprevistos.

No jornalismo, o maior aprendizado veio da responsabilidade de lidar com a informação. Para ele, não basta estar no ar; é preciso ter a sensibilidade de relatar os fatos com precisão e, ao mesmo tempo, considerar o impacto que as imagens podem ter sobre o público. A ética no jornalismo, segundo Hamilton, é um valor que deve guiar todas as ações, especialmente em transmissões ao vivo.

Ao unir essas duas áreas de sua vida – aviação e comunicação –, Hamilton concluiu que a chave para o sucesso é a dedicação e o compromisso com a qualidade. Ele acredita que, ao longo de sua carreira, foi a combinação desses valores que o manteve firme diante de tantos desafios e momentos de grande responsabilidade.

“Até o momento que eu vou embora, eu estou aprendendo. Sempre aprendendo, principalmente com os erros dos outros. A aviação é assim. A aviação é segura. Nós temos uma evolução constante, um aprendizado constante. Quando você está voando, você olha de cima, você vê que nós somos pontinhos. E quando tem uma calamidade, um grande problema, todos são afetados”, diz o Comandante.

Conselhos para jovens aspirantes à aviação e ao jornalismo

Para os jovens que desejam seguir uma carreira como a de Comandante Hamilton, tanto na aviação quanto no jornalismo, ele aconselha dedicação e paciência. Segundo ele, nenhuma dessas carreiras é fácil, e o sucesso exige muito esforço e, sobretudo, paixão pelo que se faz. O primeiro passo, afirma, é ter uma base sólida de conhecimento técnico, seja na pilotagem ou no jornalismo.

No caso da aviação, Hamilton destaca que o processo de formação de um piloto é longo e exige uma disciplina rigorosa. Ele recomenda que os jovens aspirantes busquem as melhores escolas e estejam sempre atualizados com as novas tecnologias e regulamentações do setor aéreo. A prática constante e o respeito às normas de segurança são, para ele, os pilares de uma carreira bem-sucedida na aviação.

No jornalismo, o comandante lembra que a ética e a responsabilidade na transmissão da informação são fundamentais. Ele sugere que os jovens jornalistas sejam curiosos e comprometidos com a verdade, sempre buscando relatar os fatos de maneira clara e precisa. A habilidade de contar histórias impactantes, sem perder de vista a objetividade, é uma qualidade que deve ser cultivada desde o início da carreira.

“O mais importante é a pessoa saber pra que nasceu. Se nasceu pra ser um piloto de helicóptero, um jornalista, você tem que ir atrás. Todas as funções são importantes. Desde a mulher que serve o cafezinho, ao senhor de uma empresa, todo mundo é importante. É importante você sentir aquilo que você nasceu pra fazer, aquilo que você gosta de fazer, e não aquilo que te dá mais dinheiro”, conclui o Comandante Hamilton.

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