João Pessoa, a capital paraibana, abriga uma história de esperança e inovação na saúde: a Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace). Esta entidade sem fins lucrativos tornou-se um farol de luz para famílias em busca de tratamentos alternativos com Cannabis Medicinal.
Autorizada, em 2017, em um cenário de necessidades não atendidas e desafios legais, a ABRACE emergiu como um pilar de apoio, não apenas para os pacientes e suas famílias, mas também como um agente de mudança na percepção do uso medicinal da Cannabis.
A entidade, sob a liderança do fundador e diretor Cassiano Teixeira, se destaca por seu cultivo legalizado de canabidiol, proporcionando um tratamento seguro e controlado para seus associados. Esse avanço representa mais do que apenas um tratamento alternativo; é um símbolo de esperança e humanização no cuidado com a saúde.
O trabalho da ABRACE vai além do cultivo e produção de derivados medicinais da maconha. A organização atua ativamente na defesa dos direitos dos pacientes, na promoção de pesquisas científicas e na educação pública sobre os benefícios da Cannabis Medicinal.
Hoje, a entidade tem duas Diretorias – Executiva e Eletiva –, gerentes, coordenadores, supervisores e colaboradores, que somados são 230 pessoas. Além disso, já atendeu mais de 46 mil pacientes em todo o país, produz 6 tipos de óleo, spray e pomada, mais de 29 pesquisas, inaugurou o primeiro Museu da Cannabis do Brasil (Parque Solon de Lucena), e está prestes a inaugurar o primeiro Laboratório do país com altas tecnologias.
A história da ABRACE Esperança é um convite à reflexão sobre as possibilidades da medicina e do cuidado humano. Ela nos lembra que, às vezes, a esperança floresce nos lugares mais inesperados, trazendo luz a vidas que outrora estavam nas sombras.
O início de uma jornada inspiradora
Tudo começou com uma história pessoal. Formado em Turismo pela Universidade Federal da Paraíba, Cassiano Teixeira sofreu quando viu sua mãe ser desenganada pela Medicina com suspeita de câncer no pulmão, após 15 dias internada.
“Eu já tinha viajado para os Estados Unidos e lá a maconha medicinal já era legalizada. Quando minha mãe retornou para casa já não se alimentava mais. Naquele momento, eu sentia que estava perdendo a minha mãe e eu decidi que não ia deixá-la morrer. Eu lembrei da maconha para apetite e conhecia uma pessoa que vendia.
Comprei 50 gramas, coloquei na panela com um litro de azeite. Quando esfriou, eu dei para minha mãe e fui para o quarto. Depois de uma hora eu escutei um barulho de prato sendo lavado. Eu fui à cozinha e minha mãe tinha penteado cabelo, colocado um vestido e estava lavando o prato depois de ter jantado. Essa foi a minha primeira experiência de socorrer uma pessoa”, conta emocionado.
A partir daquele momento, Teixeira foi movido pela necessidade de ajudar pessoas com condições de saúde complexas e viu na cannabis uma luz no fim do túnel. Em um país onde o tema ainda é cercado de tabus e desinformação, ele se destacou como um pioneiro, abrindo caminhos e mentes para o potencial terapêutico desta planta. Para se ter uma ideia, ele montou uma rede de contatos para a importação do medicamento.
“No Brasil a maconha medicinal era proibida. O nosso primeiro obstáculo foi em 2014 para importar de forma legal. Comecei a ajudar um grupo de mães a importar. Com a alta do dólar no governo Dilma, essas mães não sabiam o que fazer. Elas sugeriram para que eu fizesse o óleo e elas testariam. Eu fui para cozinha e fiz a minha primeira levada de 10 óleos e deu certo. Isso foi a libertação. O nosso óleo tinha todos os canabinois e com qualidade. Eu entrei com ação judicial e, em abril de 2017, a Dra. Vanessa Trigueiro concedeu a liminar. Foi a primeira Associação a receber autorização judicial para o cultivo da maconha para fins medicinais no Brasil”, pontua.
Uma missão além da Medicina
Pacientes de diversas partes do Brasil encontraram na ABRACE um refúgio, um lugar onde suas necessidades são compreendidas e atendidas. Histórias emocionantes emergem da ABRACE, como a de famílias que testemunham melhoras significativas em condições de saúde antes consideradas sem solução. Crianças e adultos com epilepsia, por exemplo, que antes viviam sob o peso de crises frequentes e severas, agora experimentam uma qualidade de vida renovada graças ao óleo de Cannabis produzido pela ABRACE.
O impacto da ABRACE vai além do alívio físico. Ela traz um impacto psicológico e social profundo, quebrando estigmas e abrindo caminhos para uma maior aceitação do uso medicinal da Cannabis. Famílias, que antes se sentiam isoladas e desesperançosas, agora encontram na ABRACE uma comunidade de apoio e compreensão.
“Isso acontece porque a maioria desses pacientes já tentaram todos os produtos medicamentosos e não encontraram no mínimo uma qualidade de vida. A prática médica tem uma tendência de prescrever um medicamento que, quando não funciona, prescreve outro ou aumenta as doses até matar. A esperança foi o impacto que nós trouxemos para essas pessoas que já não tinham mais. Nós encontramos pessoas que relatam que depois do uso do “Óleo Esperança” a vida deles tiveram uma melhora drástica. É uma quebra de preconceito”, afirma em entrevista ao jornalista Sérgio Botelho Junior.
A jornada da ABRACE não tem sido fácil. Desafiando estigmas e navegando por um mar de burocracia, a organização emergiu como um farol de progresso e humanidade. Seus esforços não apenas proporcionam alívio aos pacientes, mas também educam a sociedade sobre os benefícios da cannabis medicinal.
Olhando para o Futuro
Em um mundo onde os avanços médicos são frequentemente marcados por descobertas revolucionárias e tecnologias inovadoras, a cannabis medicinal é vista como um componente chave no futuro da medicina, prometendo alívio e qualidade de vida para pacientes que enfrentam uma variedade de condições.
“Eu acredito que a cannabis ainda está no início da sua jornada no mercado brasileiro. O Brasil tá muito atrasado em relação aos outros países, porém isso nos ajuda a vermos onde os outros países adiantados estão errando, como Uruguai, Colômbia, Argentina, Estados Unidos, Europa. No Brasil, através da Justiça e com a luta dos pais, conseguimos ter uma regulamentação mais social. São mais de 100 Associações que fornecem para mais de 100 mil pacientes. A ABRACE fornece para mais de 3 mil famílias gratuitamente. Nós conseguimos vários produtos na farmácia. Hoje, as associações estão fazendo o papel que o Sistema Único de Saúde não faz.
Nós temos parcerias com universidades e apoiamos os órgãos públicos. Eu acredito que esse processo de regulamentação vai proporcionar uma economia muito grande para o SUS e para o Governo Federal, é preciso que os políticos entendam que o que nós estamos falando é de um tratamento que traz qualidade de vida para o paciente de câncer, de Alzheimer, de esclerose múltipla, que muitas vezes impacta lá nas UPAs com remédios que não trazem solução. A cannabis é muito mais do que um tratamento”, finaliza.
Para outras informações, acesse o site www.abraceesperanca.org.br ou ligue 08003132367
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