Nesta sexta-feira, 8, Rogério Soares entrevistou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues, na TV Comunitária, no canal 12 da NET, no programa Barba na Rua. O secretário fez um balanço da gestão em 2020 e as expectativas para o setor cultural neste ano. Questionado sobre a pandemia, ele se mostrou surpreso sobre o ano atípico. “Quem podia imaginar, nem nos meus maiores pesadelos, eu imaginei uma situação como essa. É um misto de tragédia com ficção cientifica, tudo dentro. Eu nunca imaginei. A gente tá vivendo uma vida realmente, assim, de vez em quando a gente se pergunta: é real o que está acontecendo?”.
O secretário lembrou que assumiu a pasta na véspera de Natal de 2019, em meio a epidemia do Coronavírus que se espalhava pelos países asiáticos e europeus. Nesse período foram comemorados o Réveillon e o Carnaval. “Nós tínhamos uma polêmica muito grande com relação ao Carnaval naquele momento, é bom não esquecer. Já tinha havido todo um processo de um FAC, um percentual do FAC para o Carnaval, em meio a muitas polêmicas. Conseguimos administrar”.
Bartô, como o secretário é conhecido, afirmou que apesar das dificuldades da pandemia, os artistas se reinventaram por meio de lives, fazendo shows e apresentações nas redes sociais, algo que até então era tido apenas como presencial. “Essa transformação veio para ficar, inclusive, mesmo passando, nós, o movimento cultural, tiramos muitas lições aí. E o exemplo mais clássico que eu tenho, Barba, foi o recente Festival de Cinema de Brasília. Nós tivemos os números fornecidos pelo próprio Canal Brasil, eles foram auditados e mensurados pelo IBOPE, o Festival aumentou em 43% audiência do Canal Brasil naquele horário. Nós tivemos no público geral, naquela semana, 625 mil pessoas assistindo”, argumenta.
Quanto ao fomento nos projetos culturais, a Secretaria executou R$ 18 milhões durante a pandemia. “Representa em torno de 8 mil empregos diretos e indiretos. Nós temos um peso forte hoje na economia e isso tem que ser considerado. A economia criativa e a cultura têm um peso importante a ser levado em consideração nesse momento e sobretudo num momento que nós tivemos uma economia paralisada no setor cultural, abatido realmente por essa crise e mesmo assim a gente conseguiu num ano desse, somente em termo de fomento, colocar R$ 18 milhões em execução”, explica.
Sobre o Carnaval de 2021, o governo já avisou aos brasilienses que não disponibilizará verbas para esse setor, inclusive o secretário já foi procurado para reuniões em busca de alternativas, porém ele garante que não há nenhuma possibilidade de liberação. “O Estado tem responsabilidade hoje com uma guerra que está sendo travada com um monstro que está aí, tá vivo. Paciência. Neste momento a prioridade é nós debelar esse problema. Nós vamos ter prejuízos, mas vamos ter lucro em vidas, que é mais importante”, ressalta.
Ele pede que a população tenha cautela quanta as festas nesse período. “O Carnaval é movido a alegria, a espontaneidade e a reverência. Um Carnaval que não tem revência não é Carnaval. Como é que vamos fiscalizar um Carnaval dessa forma? Vai me dizer que vai fazer Carnaval com água com limonada? É impossível, não existe. Eu não tenho ao meu dispor um protocolo para Carnaval. Então fora de cogitação”.
Na ocasião da entrevista, Bartolomeu elogiou o trabalho do Barba e ainda entregou o certificado FAC prêmio. “Todo mundo reconhece seu trabalho. Receba das minhas mãos seu certificado e continue esse trabalho que é fenomenal”, parabeniza.
“Para mim é uma honra. A gente fica feliz secretário e isso é um reconhecimento do nosso trabalho. Dentro de 70, eu fui o 3º. É a primeira vez que eu participo. A nossa luta é levar o FAC aonde nunca chegou”, agradece Barba. E antes de finalizar a entrevista, o secretário revelou que vem aí seu primeiro FAC.
O secretário desejou um 2021 diferente e abençoado. “Espero que esse ano seja da esperança, da retomada, depois de um ano difícil, como nós tivemos. 2020 não é um ano que deve esquecer. É um ano de aprendizado, que marcou, marca e marcará as nossas vidas para sempre. Sobrevivemos a ele e esperamos sobreviver a 2021”.
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