Nesta terça-feira (1º), o Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos realizou uma live para o lançamento da cartilha: Os riscos do uso da maconha na família, na infância e na juventude. A iniciativa é uma parceria com o Ministério da Cidadania. Participaram do evento a Secretária Nacional da Família (SNF), Angela Gandra; Secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA), Maurício Cunha; Secretária Nacional da Juventude (SNJ), Emilly Coelho; e o Secretário Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (Senapred-MC), Quirino Cordeiro.
Segundo informações, contidas na cartilha, o uso de maconha, além da dependência química, está relacionado com o desenvolvimento de uma série de transtornos mentais, tais como esquizofrenia, transtornos psicóticos, depressão, quadros ansiosos, comprometimento cognitivo e suicídio. “Além disso, a atuação da droga no sistema nervoso central pode induzir alterações da percepção do tempo, interferência na atenção, alteração nas funções sensoriais, prejuízo na memória, entre outros efeitos. Cite-se que os prejuízos diretamente decorrentes do uso de drogas ultrapassam a esfera do indivíduo, atingindo toda família e o entorno, e impactando, por fim, toda a coletividade”.
A secretária Angela Gandra relembrou as ações iniciadas pelo governo no ano passado, como a campanha Acolha a Vida, que tem como objetivo despertar as famílias para os primeiros sinais de um possível suicídio. “Nós tivemos que ir atrás de dados de suicídio, de automutilação, pra continuar essa campanha. Dados até difíceis de obter, muitas vezes há subnotificações. Mas na verdade, nós chegávamos a uma das causas do suicídio, por automutilação, ligado ao uso de drogas. E o que nos surpreendeu é que no mesmo mês, que nós promovemos essa campanha, mês de setembro, o Parlamento cogitou essa possibilidade de trazer de volta o PL 399/2015, que não só queria abrir o uso da maconha para uso terapêutico, mas admitir o plantio de maconha no Brasil”, observa.
Ela criticou a postura dos parlamentares que apoiam o PL 399/2015, pois o governo luta para salvar vidas e abolir as drogas no país. Gandra elogiou o trabalho desenvolvido pelas Comunidades Terapêuticas. “Estive com o Quirino, a ministra Damares, na Fazenda da Esperança, no interior de São Paulo, numa comunidade terapêutica maravilhosa. Nós vimos o sofrimento que a droga causou pra aquelas pessoas, a luta pra sair dessa escravidão. Nós precisamos conscientizar a população sobre os malefícios da maconha”, alerta.
Para o secretário Cunha, essa cartilha é de suma importância, pois a cannabis é a droga ilícita mais consumida no mundo. O número de usuários chega a 182 milhões, quase 4% da população mundial, sendo a substância ilícita mais usada pela população de 15 a 64 anos. Esses dados são científicos e estão na cartilha para melhor informar os cidadãos brasileiros de que a droga causa danos e não benefícios como o Congresso tenta vender essa ideia. “A nossa missão é informar e conscientizar sobre os riscos e efeitos à saúde do uso de drogas, especialmente a maconha, pelo público infanto-juvenil, não somente para a comunidade médica, mas também para pais, educadores, gestores e o público em geral”.
Já a secretária Emilly pontuou que a cartilha traz uma “luz” para a discussão baseado em evidências e não em ideologias. “A maconha é mais prejudicial que o álcool, causando danos severos e irreversíveis cognitivos. Além disso, pesquisas recentes mostram que jovens usuários da maconha sofrem de graves prejuízos relativos à saúde mental e são mais propensos a tentarem o suicídio, que é a segunda causa de morte entre os jovens. A drogadição, independentemente da droga, é sempre uma violação da vida e da liberdade. E cabe a nós, como instituição guardiã dos direitos humanos, educar os jovens para a vida e para a liberdade”, avisa.
E para encerrar a live, o Senapred Quirino Cordeiro, trouxe vários dados que provam que a maconha é a porta de entrada para outros tipos de drogas, além de aumentar os impactos na segurança pública e no Judiciário. “A maconha é a droga que mais coloca as pessoas em contato com o sistema de justiça criminal a nível global (UNODOC-2020). Além do aumento do número de homicídios e criminalidade em geral nos países que legalizaram o uso da maconha (Berenson – 2019)”. Ele garante que a legalização da cannabis para uso recreativo não leva a redução do narcotráfico. Outro estudo importante mostra que os usuários de drogas têm os menores salários, maior chance de desemprego, maior comportamento criminoso e menor satisfação com a vida geral.
“Desse modo, é fundamental que toda a sociedade brasileira esteja adequadamente informada e atualizada sobre a temática da maconha. É importante reiterar que o governo federal tem posição firme contrária às drogas, estando em plena sintonia com a sociedade. Proteger crianças, adolescentes e toda a população contra os danos da maconha e de outras drogas é ação de inquestionável relevância e ponto de honra do governo federal, o que resta demonstrado pela presente cartilha “Os riscos do uso da maconha nas famílias, na infância e na juventude’’, que alerta para os graves prejuízos individuais e sociais diretamente decorrentes do uso da maconha”, assegura Dr. Quirino Cordeiro.
Por Ascom Imagineacredite