Em maio deste ano, a Comunidade Terapêutica Novo Tempo, em parceria com o Ministério da Economia e a deputada federal Paula Belmonte (Cidadania-DF), ofertará um curso profissionalizante que visa formar os cidadãos interessados em trabalhar diretamente com o tratamento terapêutico de dependentes químicos. A iniciativa faz parte do programa Qualifica Brasil e conta com o apoio do Governo Federal. No entanto, ele pode ser adiado, devido a pandemia do novo Coronavírus (COVID-19).
De acordo com a mencionada CT, o curso será realizado na Igreja da Restauração e Unção Profética, em Samambaia-DF. Com 100 vagas disponibilizadas, as inscrições poderão ser realizadas na sede da Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas do Ministério da Cidadania (Senapred/MC), do Conselho de Políticas sobre Drogas (Conen-DF), da Secretaria de Justiça do Governo do Distrito Federal e nas administrações regionais do Distrito Federal.
“Serão quatro turmas de 25 pessoas e a duração do curso é de cinco dias, sendo 20h de aula em sala, 5h de estágio na comunidade terapêutica e 10h em espaço virtual, onde o aluno responderá a uma série de exercícios e a prova final. A partir daí, ele receberá a Carteirinha Nacional de Terapeuta e o certificado de conclusão do curso profissionalizante”, adiantou a CT Novo Tempo ao Imagineacredite.
Ainda segundo a Novo Tempo, o curso profissionalizante tem o objetivo de “qualificar pessoas em situação de desemprego e pessoas que não têm uma qualificação profissional para entrar no mercado de trabalho. Além disso, o nosso objetivo é abrir o leque das profissões na área da dependência química (CTs, clinicas e tratamento compulsório) para o grande público. Até porque, atualmente, 95% das pessoas que trabalham nessa área geralmente são ex-acolhidos e pessoas que saíram de dentro da própria entidade. Enquanto isso, apenas 7% são pessoas que nunca estiveram presentes, mas sempre quiseram estar dentro da causa da dependência química”.
“Queremos abrir um pouco o leque desse universo da dependência química para quem não conhece o meio, para pessoas que só ouviram falar, pessoas que querem ter um envolvimento na área a não sabem como e também para aumentar o número de pessoas qualificadas profissionalmente para poder prestar um serviço qualificado nas comunidades terapêuticas e nas clínicas especializadas. Então a nossa intenção é proporcionar uma qualidade e uma maior quantidade de pessoas se envolvendo com a causa da dependência química”, completou a Novo Tempo.
Orçado em R$ 150 mil, o curso profissionalizante é o primeiro do país a ser custeado pelo Ministério da Economia, através do programa Qualifica Brasil. É que o montante faz parte do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e foi conquistado por meio da deputada federal pelo Distrito Federal Paula Belmonte, que destinou uma emenda parlamentar. Além disso, a iniciativa conta com o apoio da Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas, cujo gestor – Quirino Cordeiro – vê com bons olhos a mencionada profissionalização.
“Esse é um projeto muito interessante e nós, da Senapred, vamos dar todo apoio para a execução desse curso, que abre uma nova perspectiva muito interessante de financiamento para projetos de capacitação profissional, visando a recuperação e a ressocialização de pessoas com dependência química”, comemorou Quirino Cordeiro. “Este é um curso que está registrado na Biblioteca Nacional, então é um curso que tem um grande padrão de qualidade, o que nós deixamos muito satisfeito diante desta iniciativa”, ressaltou.
Além do Ministério da Economia e do Ministério da Cidadania, via Senapred, a iniciativa pioneira da CT Novo Tempo também é elogiada pela presidente da Federação Centro-Oeste de Comunidades Terapêuticas (Fecomte) e conselheira da Federação Brasileira de Comunidades Terapêuticas (Febract), Areolenes Nogueira. “Entendo que é um avanço para as comunidades terapêuticas, pois receber recursos do Ministério da Economia o que para nós é surpreendente.
Nós parabenizamos as pessoas que buscaram e abriram essa porta, e a partir de agora nós esperamos que outras comunidades possam ter acesso a esse recurso, porque nós precisamos profissionalizar tanto as pessoas que trabalham quanto os nossos residentes. Que daqui para frente, a gente também possa buscar recursos para a profissionalização dos nossos residentes dentro das CTs”, comentou Nogueira.
Por Sérgio Botêlho Júnior