A Semana de Prevenção ao Uso de Drogas, no Distrito Federal, começou nesta segunda (14) com o objetivo de conscientizar a população, especialmente os adolescentes, sobre os fatores de risco do consumo de álcool, tabaco e substâncias ilícitas. Até o dia 18 deste mês, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) em parceria com a Secretaria de Educação (SEEDF), disponibilizará conteúdos no site da Escola Sejus, além de videoaula ao vivo pelo canal no Youtube, o EducaDF, possibilitando além dos alunos, a presença dos responsáveis bem como a participação de qualquer cidadão.
A secretária da Sejus, Marcela Passamani, revela que nas plataformas as pessoas encontram vídeos com dicas de prevenção e cuidados sobre a saúde mental, principalmente neste período da pandemia. Para o secretário de Educação, Leandro Cruz, é importante essa ação junto aos gestores, professores e todos os colaboradores da Educação. “Vamos manter o nosso diálogo sobre a prevenção ao uso de drogas, um tema tão importante para a saúde e a educação da nossa juventude”, afirma.
E nesta segunda, já no primeiro dia da ação, foi exibida a videoaula com o tema principal da semana, “Diálogos com a Família”, com a professora, Paula Ribeiro. A docente é diretora de Prevenção da Subsecretaria de Enfrentamento às Drogas (Sejus-DF). A educadora começou a aula contextualizando as Políticas sobre Drogas que tratam três eixos principais. O primeiro é a prevenção, o segundo é o tratamento e o terceiro é a reinserção social. No âmbito da Educação, o trabalho prioritário é no eixo da prevenção, conforme Portaria 97/2012.
A Portaria orienta, coordena e articula a Rede Pública de Ensino no enfrentamento às Drogas, que é composta pelos professores, estudantes, os coordenadores das regionais de ensino, os colaboradores da educação, bem como a participação, valorização e cooperação entre família e a escola.
Segundo a professora, existe uma relação muito próxima entre a escola e a família. “Nós vivemos a nossa vida sempre buscando melhorias, estudando, buscando nos profissionalizar, para no final das contas, a gente trazer um futuro bom para a nossa família, trazer melhores oportunidades para as pessoas que convivem conosco. Então, se existe essa relação entre família e escola, é importante que esse vínculo seja forte e sólido. É por essa razão, que nós não poderíamos deixar a família fora dessa discussão”.
Na videoaula foi apresentado um Levantamento Nacional de Famílias de Dependentes Químicos (Lenad Família), realizado pela Universidade Federal de São Paulo (UniFESP), no período de 2012 a 2013, com cerca de três mil famílias, e mostra que existem aproximadamente 28 milhões de pessoas que tem algum familiar dependente químico.
“Nós decidimos trazer essa pesquisa por dois motivos. Primeiro, para mostrar como culturalmente nossa sociedade vem tratando essa temática sobre drogas e segundo, para mostrar a necessidade de nós propormos um trabalho que seja mais humanizado e mais inclusivo, que, de certa forma, favoreça o pertencimento do indivíduo na sociedade”, pontua Paula Ribeiro.
Ainda segundo o estudo, para cada dependente químico há outras quatro pessoas que são afetadas pelo uso de álcool e drogas. Outro fato relevante mostra que as más companhias (46,8%) e autoestima baixa (26,1%) são as principais causas da dependência química do parente. A pesquisa ainda revela o impacto nas famílias que existem um dependente químico como, por exemplo, 58% disseram que a habilidade de trabalhar ou estudar foi afetada de alguma forma, 47% tiveram a vida social atrapalhada por esses parentes e cerca de 12% já foram ameaçados. Outras consequências causadas nas famílias são relações interpessoais prejudicadas, prejuízos à saúde, conflitos, violência, tensão, estresse, culpa, além dos impactos econômicos e sociais.
“As famílias, geralmente, se deparam com o sentimento de culpa, se perguntam onde errou na educação do filho, na criação. Então o familiar se culpa muito e tenta controlar a situação achando que o dependente químico vai deixar de usar a droga. E, na verdade é uma falta de conhecimento, pois somente o dependente químico pode tomar essa decisão”, assegura a professora.
Outro dado relevante mostra que os dependentes químicos levam, em média, três anos para buscar ajuda profissional quando reconhecem o abuso das substâncias, sendo que, as famílias levam nove anos para descobrirem o consumo de drogas pelos parentes. A educadora destaca que o intuito da escola é estender o diálogo com a família “para que possa ser criada estratégias efetivas, de modo que possa prevenir o uso indevido de drogas tanto em casa, quanto nas escolas.
Os participantes da videoaula manifestaram apoio a ação promovida pelo governo. Para a internauta Alessandra Ferreira, as dinâmicas da casa são muito importantes. “É um momento da família estar mais unida”. Já Lídia Versiani disse que “a participação da família é fundamental à prevenção ao uso indevido de drogas”, e foi apoiada pela internauta Paula Ribeiro que disse, “sim, fundamental”.
Cabe destacar que o Conselho de Políticas de Drogas do Distrito Federal (Conen) está aberto para dialogar com a sociedade, estudantes, familiares, professores durante a Semana de Enfretamento ao Uso de Drogas nas Escolas. Já a Subsecretaria de Enfretamento às Drogas (SUBED) está à frente na execução das políticas públicas no combate ao uso de drogas.
Ascom Imagineacredite