Em virtude da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19) e da necessidade de promoção do isolamento social a fim de conter a sua propagação, a Fazenda da Esperança, pensando nos mais vulneráveis socialmente, mobilizou suas comunidades terapêuticas e passou a acolher as pessoas em situação de rua para vivenciarem uma quarentena junto aos seus acolhidos.
Em entrevista ao ImagineAcredite, o Frei Hans Stapel Ofm, fundador da Fazenda da Esperança, o acolhimento é resultado de pedidos que a instituição tem recebido. Por isso, a obra tem recebido homens, mulheres e adolescentes com filhos e mulheres grávidas, que estão tendo a oportunidade de se tornarem pessoas novas, graças à vivência proporcionada pela obra social.
“Até agora as fazendas receberam mais de 400 internos vindos das ruas. É incrível! Dar uma alegria vê-los se tornando homens novos, porque o importante não somente retirá-los das ruas, mas também dar uma formação, ensiná-los a amar, a viver o evangelho, e saber ser irmão de verdade. É impressionante ouvir as histórias. Que beleza! Eu voltei as minhas origens”, destaca o frei.
Nas Fazendas da Esperança, os moradores em situação de rua acolhidos vivem tudo aquilo que os dependentes químicos em recuperação vivenciam diariamente: espiritualidade, trabalho e convivência. No entanto, tudo isso tem um preço que, de acordo com o frei, é financeiramente muito alto. Por isso, a obra está organizando uma campanha solidária e que respeita o isolamento social.
“Eles vêm sem nada, só com a roupa do corpo e precisam de lençóis, cobertores, ítens de higiene pessoal, e de comida. Precisam de tudo! Nós calculamos que cada um nos custa R$ 500,00, então estamos realizando uma campanha e com o dinheiro que entra, estamos mandando para cada um que as fazendas acolheram R$ 500,00. Então se temos mais de 300 acolhidos, podemos calcular aí R$ 150 mil”, coloca o frei Hans.
Sendo assim, os interessados em contribuir com o acolhimento podem realizar depósitos bancários de qualquer valor na conta corrente 56520-2, que foi aberta na agência do Banco do Brasil 0306-9. Ela está em nome da Obra Social Nossa Senhora da Glória, cujo CNPJ é 48.555.775/0001-50.
“Já conseguimos recursos para o primeiro mês e agora estamos trabalhando para o segundo e acredito que para os demais, pois eles não têm pais e nós devemos ser os pais deles. Mas é impossível para as fazendas assumir as despesas, porque as visitas estão suspensas em todas as unidades, então não tem cestas e a venda dos produtos. Então a coisa é difícil, mas não estamos desanimados, porque o vírus tem o propósito de mostrar para a sociedade que as injustiças são grandes demais e que precisamos criar uma nova consciência”, observa o fundador da obra.
Por Sérgio Botèlho Júnior